Entretenimento
Publicado em 09/10/2025, às 06h30 Foto: Reprodução/Redes Sociais Fernanda Montanha
Entre os prédios modernos e movimentados da Avenida Paulista, há um edifício que chama atenção justamente pelo contraste. Na altura do número 949, o Torre Paulista exibe janelas quebradas, pichações e sinais de abandono, destoando da paisagem que o cerca.
A estrutura, de desenho curvo e volume afunilado, ocupa um terreno de 2,2 mil m² e soma 19 mil m² de área construída, posicionando-se de frente para o prédio da Gazeta.
Idealizado nos anos 1970 por José Gugliota e Jorge Zzupim, o edifício nasceu com o nome de Edifício Aquários. Zzupim também se destacou no design de mobiliário e participou de projetos emblemáticos da capital, como os shoppings Ibirapuera e Top Center.
Durante décadas, o prédio abrigou o banco japonês Sumitomo e diversos escritórios, mantendo relevância no cenário corporativo paulistano.
A história tomou outro rumo em 2018. O prédio foi esvaziado para receber o primeiro Hard Rock Hotel da capital paulista, parte de uma estratégia que previa oito unidades da rede no Brasil. A localização privilegiada parecia perfeita para marcar a chegada da marca, que pretendia transformar o espaço em um empreendimento icônico.
Entretanto, o plano não avançou. As obras nunca começaram e, com o tempo, o projeto desapareceu inclusive do site oficial da Hard Rock International. Em 2023, uma concept store foi aberta nos Jardins para promover o futuro hotel, mas funcionou por pouco tempo. A indefinição tomou conta do destino do edifício, segundo o Aventuras na História.
A empresa responsável pelo projeto, Residence Club, assumiu o controle em 2024 após comprar a VCI, antiga administradora do empreendimento. Além dos ativos, herdou uma série de entraves financeiros e jurídicos. A VCI chegou a ter o registro de uma criptomoeda suspenso pela CVM e reduziu significativamente seus planos no Brasil. Outras unidades, como Fortaleza e Ilha do Sol, acumulam multas e atrasos expressivos.
Enquanto Savoi, proprietária do prédio, e Residence Club seguem em negociações, não há definição sobre prazos ou retomada. O edifício permanece fechado, alimentando debates entre especialistas sobre seu potencial de revitalização.
Para urbanistas e arquitetos, o Torre Paulista não deve ser demolido, e sim reaproveitado. Nadia Somekh, professora emérita da Universidade Mackenzie, defende que um uso ativo é essencial para reintegrar o prédio à dinâmica da avenida. Ela cita exemplos de cidades como Nova York, onde construções históricas ganharam nova vida ao combinar hospedagem e espaços de trabalho.
Hoje, o prédio representa uma mistura de passado grandioso, promessas não cumpridas e um futuro ainda indefinido, bem no centro da avenida mais simbólica de São Paulo.
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