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Publicado em 26/10/2025, às 09h30 Foto: Reprodução/Casa de Dinamite Fernanda Montanha
O mais novo filme da diretora Kathryn Bigelow, vencedora do Oscar, estreou na Netflix e rapidamente virou assunto nas redes sociais. Casa de Dinamite, um suspense político ambientado em meio a uma ameaça nuclear, provocou debates intensos e também frustração, por conta de seu final propositalmente ambíguo.
A trama acompanha 18 minutos de puro pânico, quando o governo dos Estados Unidos tenta reagir ao lançamento de um míssil intercontinental não identificado. O tempo é recontado sob três óticas diferentes: a Sala de Situação da Casa Branca, o Comando Estratégico dos EUA (STRATCOM) e o Presidente da República, interpretado por Idris Elba, segundo o Tangerina.
Desde o início, Bigelow e o roteirista Noah Oppenheim deixam claro que a origem do míssil não será revelada. O projétil, que inicialmente parecia um teste, muda de rota e segue em direção ao território americano, levantando hipóteses que vão de um ataque terrorista até um ato isolado de um militar rebelde.
Para a diretora, o verdadeiro vilão não é uma nação, mas o próprio sistema nuclear, criado para sustentar um equilíbrio frágil entre destruição e poder. Essa escolha narrativa reforça a tensão do longa e o sentimento de impotência diante da ameaça atômica.
Enquanto o tempo corre, o 59º Batalhão de Defesa de Mísseis tenta interceptar a bomba com dois projéteis do tipo GBI, mas as tentativas falham. A cena da falha dupla é devastadora, mergulhando os militares em desespero e deixando claro que a catástrofe é inevitável.
Em paralelo, o Secretário de Defesa Reid Baker (Jarred Harris) enfrenta um drama pessoal: sua filha vive em Chicago, o provável alvo. Após uma ligação de despedida, Baker perde a vontade de sobreviver e tira a própria vida em um dos momentos mais trágicos do filme.
Nos minutos finais, o presidente é levado a um bunker para decidir se os EUA devem retaliar. As opções de ataque são descritas com ironia cruel, nomeadas “mal passado”, “ao ponto” e “bem passado”. Enquanto assessores tentam evitar uma resposta impulsiva, o míssil atinge Chicago e a tela escurece antes de mostrar o impacto.
O filme termina com o presidente lendo seu código nuclear, deixando o público sem saber se ele autorizou a retaliação. Para Bigelow, a ausência de resposta é o ponto central da obra: uma provocação sobre o poder humano de destruir o mundo em minutos.
Apesar das especulações sobre Casa de Dinamite 2, o roteirista Noah Oppenheim afirmou que não há planos para uma sequência. Segundo ele, o propósito do longa é estimular o debate, não oferecer um fechamento. Como resume o presidente no clímax:
“Vivemos todos dentro de uma casa feita de dinamite.”
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