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Publicado em 11/05/2025, às 11h19 Foto: Freepik Isabela Fernandes
Neste domingo (11), o Brasil celebra uma das datas mais importantes do calendário: o Dia das Mães. Por trás dessa comemoração em homenagem às mulheres que nos deram a vida, a data tem uma história marcada por ativismo e transformações culturais.
A comemoração oficial da data começou nos Estados Unidos, em 1914, mas seu início é datado muito antes.
Em 1872, a escritora e ativista Julia Ward Howe propôs o “Dia das Mães pela Paz”, em um esforço para promover a paz e refletir sobre os horrores da Guerra Civil Americana. A data era comemorada no dia 2 de junho, mas, perdeu força com o tempo e foi esquecida.
Somente em 1908, a professora Anna Jarvis organizou uma celebração em homenagem à sua mãe, uma enfermeira voluntária e ativista. Ela, com a ajuda do empresário John Wanamaker, conseguiu reunir 15 mil pessoas para a primeira celebração.
O segundo domingo de maio só foi oficializado como o Dia das Mães nos EUA anos depois, em 1914, pelo presidente Woodrow Wilson.
Com o passar dos anos, a ideia cruzou fronteiras e chegou ao Brasil. A data começou a ser celebrada por grupos religiosos no sul do país em 1918, mas só foi reconhecida oficialmente em 1932, por decreto do presidente Getúlio Vargas, que tentava construir a imagem de “pai dos brasileiros”.
O objetivo ia além da simples homenagem: buscava reforçar o ideal da mulher dedicada ao lar. Coincidentemente, isso aconteceu no mesmo ano em que o voto feminino foi conquistado no país, servindo também como resposta conservadora ao avanço do feminismo.
A celebração foi reforçada pela Igreja Católica e ganhou ainda mais espaço com o crescimento das cidades, da mídia e do comércio nas décadas seguintes.
Com o tempo, o perfil da maternidade foi se transformando e, atualmente, a mãe idealizada como dona de casa e submissa deu lugar a representações mais diversas. Hoje temos mães trans, solo, madrastas e avós; mães que trabalham fora, mães que sustentam a casa sozinha, mães donas de seus próprios negócios.
As campanhas publicitárias acompanham a evolução, refletindo essa pluralidade. No entanto, muitas vezes, essa inclusão ainda é limitada ou usada apenas como estratégia de marketing.
A popularidade da data também está ligada ao comércio, algo que a criadora, Anna Jarvis, odiava, uma vez que queria que a data fosse sobre afeto e não presentes.
Desde os anos 1980, o Dia das Mães se tornou a segunda data mais lucrativa para o varejo brasileiro, perdendo apenas para o Natal. Presentes deixaram de ser apenas eletrodomésticos ou utensílios domésticos e passaram a incluir perfumes, roupas, eletrônicos e experiências de bem-estar, coisas que as mães podem realmente usar para elas.
Apesar de toda a crítica à sua comercialização, o Dia das Mães segue sendo uma data carregada de afeto e simbolismo, e diz muito sobre o papel das mulheres na sociedade.
Apesar de muitos países seguirem o modelo norte-americano e celebrarem o Dia das Mães no segundo domingo de maio, como ocorre no Brasil, na Austrália e no Japão, a data e os costumes variam ao redor do mundo. Veja alguns exemplos: