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Publicado em 20/06/2025, às 10h02 Foto: Reprodução/Freepik Fernanda Montanha
A gordura acumulada no fígado, condição médica também chamada de esteatose hepática, tem se tornado cada vez mais frequente no mundo todo. Dados globais indicam que a prevalência subiu de cerca de 25% na década de 1990 para 38% nos dias atuais. Na América Latina, o cenário é ainda mais preocupante, pois estima-se que quase metade da população adulta (44%) apresente esse problema.
De acordo com Lilian Curvelo, hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, para o Viva Bem, essa alta está diretamente ligada a hábitos menos saudáveis, como alimentação desequilibrada e sedentarismo. Ela alerta que a esteatose hepática vai muito além de um problema localizado, pois interfere em todo o organismo e precisa de acompanhamento adequado.
O acúmulo excessivo de lipídios dentro das células hepáticas é o que caracteriza essa doença, que representa uma das principais causas de complicações hepáticas crônicas. Se não tratada, pode evoluir para quadros mais sérios, como cirrose, inflamação persistente e até câncer. Hoje, a doença já é a segunda maior causa que leva à necessidade de transplante hepático.
Mesmo com esse impacto, a maioria das pessoas que têm o problema não apresenta sintomas perceptíveis, o que atrasa o diagnóstico. Por isso, ele costuma ser feito por acaso, quando o paciente realiza algum exame por outro motivo. Segundo o cirurgião Jefferson Alves, do Einstein, muitos pacientes descobrem a doença apenas quando há alterações nos testes laboratoriais ou quando os médicos percebem o fígado aumentado no exame físico. Exames como ultrassonografia e ressonância magnética são as formas mais precisas para detectar o problema.
Recentemente, o nome oficial da condição foi atualizado para Doença Hepática Gordurosa Associada à Disfunção Metabólica (MASLD), pois geralmente surge junto a outras condições como obesidade, resistência à insulina e colesterol elevado. Ela pode progredir para MASH, quando há inflamação do fígado, aumentando o risco de cirrose e perda da função hepática.
Fatores como sobrepeso, diabetes tipo 2 e hipertensão elevam o risco, mas pessoas com peso normal e até jovens também podem desenvolver a doença, que muitas vezes evolui de forma silenciosa. Por isso, a prevenção é fundamental. Mudanças no estilo de vida, como emagrecimento, alimentação equilibrada e prática regular de exercícios, são a base do tratamento. Novos medicamentos, como a resmetirom, já estão disponíveis em outros países, e outras opções farmacológicas estão em estudo. Para casos avançados, o transplante pode ser necessário, mas a prevenção e o controle são sempre o melhor caminho.
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