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Publicado em 21/10/2025, às 11h47 Foto:Reprodução/Netflix Fernanda Montanha
A proximidade entre moradores nem sempre é tranquila. Em 2023, um conflito entre vizinhas em Ocala, na Flórida, terminou de forma dramática, atraindo atenção nacional. O caso envolveu Susan Lorincz e Ajike “AJ” Owens, cuja relação conflituosa começou com pequenas discussões e escalou até um crime fatal.
A repercussão do episódio aumentou com a estreia do documentário A Vizinha Perfeita na Netflix, que voltou a questionar os motivos e circunstâncias da tragédia. A situação evidencia como rivalidades aparentemente banais podem evoluir para situações irreversíveis.
Com pouco mais de 50 anos, Lorincz morava em um condomínio próximo a Orlando. Relatos de vizinhos indicavam que ela tinha histórico de hostilidade, especialmente em relação aos quatro filhos de Owens, mãe solteira de 35 anos.
Segundo registros de autoridades e da NBC News, a ré filmava as crianças, proferia insultos racistas, exibia armas e acionava a polícia com frequência. Entre 2021 e 2023, pelo menos seis ocorrências foram registradas no condado. A tensão entre as famílias cresceu, alimentando medo e ressentimento mútuos, segundo o Observatório do Cinema.
No dia 2 de junho de 2023, durante brincadeiras próximas ao apartamento de Lorincz, ela discutiu com as crianças e lançou um patins contra o filho de Owens. A mãe interveio, batendo na porta da vizinha, que alegou sentir-se ameaçada.
Em vez de aguardar a polícia, Lorincz pegou uma arma e disparou através da porta trancada, atingindo Owens no peito. A mulher, desarmada, faleceu imediatamente. O episódio reacendeu o debate sobre a lei “stand your ground” na Flórida, que permite uso de força letal em defesa pessoal.
Susan foi detida em 7 de junho de 2023, acusada de homicídio culposo, ameaças, negligência e agressão. O julgamento ocorreu em agosto de 2024, e o júri a considerou culpada de homicídio culposo, aplicando pena de 25 anos.
O juiz destacou que o crime poderia ter sido evitado, uma vez que Lorincz trancou a porta e poderia ter esperado a chegada das autoridades. Argumentos de defesa sobre traumas e transtorno de estresse pós-traumático não alteraram a decisão.
Atualmente, Lorincz cumpre pena na Homestead Correctional Institution, com previsão de soltura em abril de 2048. Em entrevista recente, negou culpa, alegando medo no momento do disparo.
O caso continua sendo lembrado como um alerta sobre os perigos de conflitos de vizinhança, enquanto a vítima se tornou símbolo de justiça e luta contra a violência gratuita. A tragédia reforça a importância da mediação antes que desentendimentos escalem de forma irreversível.