O que levou Anitta a visitar aldeias no Xingu com Luciano Huck?

A cantora Anitta, de 32 anos, esteve no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, ao lado do apresentador Luciano Huck, para gravar um especial do Domingão com Huck. A visita, que reuniu encontros com lideranças tradicionais e participação em rituais, foi marcada por gestos de respeito e apoio às comunidades indígenas.

No sábado (16), a artista esteve na aldeia Ipatse, do povo Kuikuro, onde participou da cerimônia Kuarup, uma das mais importantes manifestações culturais do Alto Xingu. Este ritual, que alterna momentos de luto e celebração da vida, homenageia ancestrais e reforça a união entre diferentes etnias da região.

Proteger os povos indígenas é proteger o futuro do planeta.

Durante o encontro, Anitta recebeu pinturas tradicionais no corpo e agradeceu aos anfitriões por preservarem a natureza e manterem vivas suas tradições. Ela ressaltou que sabe das dificuldades enfrentadas pelas comunidades e se colocou à disposição: “Comigo vocês sempre vão poder contar, desde as pequenas até as grandes coisas.”

Significado da presença

Essa foi a primeira vez que a cantora visitou uma aldeia, e ela destacou a emoção de estar ali pessoalmente após já ter se manifestado em campanhas de apoio aos povos originários. O gesto foi celebrado pela Mídia Indígena, coletivo de comunicação criado pelos próprios indígenas, que descreveu a presença como “um ato de respeito e reconhecimento”.

O grupo também enfatizou que a visibilidade de Anitta ajuda a dar força às pautas relacionadas à demarcação de terras e à preservação cultural. “Não é apenas uma visita, mas uma conexão com tradições milenares e um lembrete de que cada gesto importa”, afirmou a publicação.

No dia seguinte (17), Anitta e Huck seguiram para a aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto-Jarina, onde se encontraram com o histórico cacique Raoni, de 92 anos, um dos maiores porta-vozes indígenas do mundo. O líder Kayapó conversou sobre os desafios atuais e autografou para Huck um livro com suas memórias.

Contexto maior

A ida de Anitta reforça seu envolvimento com pautas sociais. Em maio, a cantora foi madrinha de jovens comunicadores do coletivo Mídia Indígena, participou da campanha “Brasil Indígena, Terra Demarcada” e dividiu a capa da revista Vogue com a ministra Sonia Guajajara.

Sua presença no Xingu também ecoa visitas históricas, como a de Glória Maria, homenageada no Kuarup em 2023, e encontros de Raoni com personalidades como Sting e Angelina Jolie, que também levaram a luta indígena ao cenário internacional.

Assim, mais do que uma participação em um programa de TV, a passagem de Anitta pelo Xingu simboliza um chamado para que o Brasil reconheça, respeite e valorize a riqueza cultural e ambiental guardada pelos povos originários.

Não é entretenimento: é resistência, memória e futuro.

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