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Crise da Fast Shop: empresa fecha 11 lojas e segue com demissões

Ajustes fazem parte do processo de reestruturação da Fast Shop no Brasil; encerramento das operações será feito gradualmente  |  Foto: Divulgação/Multiplan

Publicado em 08/10/2025, às 11h50   Foto: Divulgação/Multiplan   Marcela Guimarães

A Fast Shop anunciou o fechamento de 11 lojas e de um centro de distribuição como parte de um grande processo de reestruturação.

A rede, especializada em eletrodomésticos e eletrônicos, passa por uma fase de ajustes após ter sido uma das empresas investigadas em um esquema de propina envolvendo fiscais da Secretaria da Fazenda de São Paulo.

Hoje, conta com cerca de 80 unidades no país, distribuídas entre as marcas Fast Shop, M1 e A2You, esta última focada em produtos da Apple. O encerramento das operações será feito gradualmente.

Lojas fechadas

Nesta quarta-feira (8), as primeiras lojas a fecharem as portas foram as dos shoppings Aricanduva, Boulevard Tatuapé e Interlagos em São Paulo (SP), além da A2You do Shopping Barigui em Curitiba (PR).

No próximo domingo (12), encerram as atividades as unidades do Iguatemi Salvador (BA), RioMar Fortaleza (CE), o centro de distribuição da capital cearense e três lojas paulistas: M1 Itaquera, M1 SP Market e Fast Shop SP Market.

O ciclo de fechamentos termina em 31 de outubro, com o fim das operações da Fast Shop do Barra Salvador e da M1 Litoral Plaza, em Praia Grande (SP).

Fast Shop (Foto: Divulgação)

Acordo com o Ministério Público

A medida ocorre após executivos da empresa firmarem um acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) para encerrar investigações ligadas a um esquema de corrupção bilionário que envolvia fiscais da Fazenda estadual.

Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da empresa, chegou a ser preso durante a Operação Ícaro, deflagrada em 12 de agosto. Ele e os sócios Milton Kazuyuki Kakumoto e Júlio Atsushi Kakumoto se comprometeram a pagar R$ 100 milhões em multas, divididos em 15 parcelas.

Os empresários assinaram Acordos de Não Persecução Penal (ANPP), mecanismo jurídico que permite evitar o processo criminal mediante confissão e cumprimento de obrigações específicas. A medida é válida para crimes sem violência e com pena máxima inferior a quatro anos.

O compromisso também inclui a criação de um programa de compliance e a adoção de práticas anticorrupção em todas as unidades e centros de distribuição da empresa.

Ajustes internos

A reestruturação também envolve demissões, por mais que a Fast Shop não tenha informado o número de desligamentos. Ao Bnews São Paulo, a empresa afirmou que as mudanças buscam “aumentar a eficiência operacional” em meio a um “cenário de juros elevados e desaceleração do consumo”.

Nota oficial da Fast Shop

“A Fast Shop confirma o encerramento das atividades de 11 lojas e de um centro de distribuição. A decisão faz parte de um processo de reestruturação que já vinha sendo planejado pela companhia, implementado neste momento de acordo com sua estratégia de longo prazo.

A liderança da Fast Shop está sempre em busca de melhorias contínuas de forma a ampliar a eficiência operacional da companhia. Neste sentido, a empresa reavalia constantemente a sua estrutura e operação - inclusive de lojas físicas, com a priorização de pontos de venda que estejam alinhados à sua estratégia.

Essa postura diligente é o que tem garantido a sustentabilidade e o desenvolvimento da Fast Shop ao longo de seus quase 40 anos de história na sua missão de encantar os clientes que compram pelas suas lojas físicas e e-commerce.

Todas as demais lojas do grupo continuam com as atividades normais”.

Classificação Indicativa: Livre


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