Polícia

Metanol: descubra quais bebidas correm mais risco de adulteração

Especialistas alertam sobre a adulteração de bebidas alcoólicas, destacando os riscos do metanol em destilados como vodka e cachaça.  |  Foto: Reprodução/Freepik

Publicado em 06/10/2025, às 08h03   Foto: Reprodução/Freepik   Fernanda Montanha

No atual cenário de intoxicações por metanol no Brasil, especialistas alertam para o perigo escondido em algumas bebidas alcoólicas.

Ubiracir Lima, químico industrial e conselheiro do Conselho Federal de Química, contou para a CNN que os destilados, como vodka, gin e cachaça, são os mais vulneráveis à adulteração por razões tanto técnicas quanto econômicas.

A facilidade de manipulação durante a produção e o alto valor de mercado tornam esses produtos mais visados. Fraudes desse tipo podem ocorrer de forma clandestina, resultando em bebidas potencialmente letais para os consumidores.

Cerveja apresenta risco bem menor

Ao contrário das bebidas destiladas, a cerveja praticamente não sofre esse tipo de adulteração. Isso ocorre porque o processo de fermentação da cerveja utiliza pectina, um polissacarídeo presente em pequenas quantidades, que gera volumes insignificantes de metanol.

Essa diferença na matéria-prima e no método de fabricação explica por que o perigo é mais concentrado nos destilados, e não nas bebidas fermentadas como a cerveja.

Técnicas para identificar metanol

Diante da crise, universidades brasileiras vêm aprimorando métodos para detectar adulterações. Um dos recursos mais utilizados são os testes colorimétricos, que reagem com componentes químicos da bebida e indicam a presença de metanol por meio de mudanças de cor.

A grande vantagem é a agilidade: em poucos minutos é possível obter um resultado positivo ou negativo.

Outro procedimento importante é a cromatografia, considerada a técnica mais precisa para análise. Apesar de mais detalhado, o método cromatográfico exige equipamentos específicos e tempo maior para conclusão. Por isso, no contexto atual, os testes colorimétricos têm sido a alternativa mais prática para ações rápidas.

Como se proteger ao comprar bebidas

Consumidores também podem adotar cuidados simples para reduzir riscos. Preços muito abaixo do mercado são um forte sinal de alerta e devem levantar suspeitas sobre a procedência da bebida. Além disso, observar a integridade da embalagem é essencial, lacres danificados, rótulos mal colados ou garrafas reaproveitadas são indícios comuns de falsificação.

Outro ponto importante está na diferença entre latas e garrafas. As latas passam por um fechamento mais rigoroso, o que dificulta adulterações. Já as garrafas, por possuírem um processo de vedação mais simples, podem ser abertas e fechadas novamente com maior facilidade, tornando-se mais vulneráveis.

Classificação Indicativa: Livre


TagsBebidasMetanolAdulteração

Leia também


Paulista é palco de grande manifestação em apoio à Palestina; entenda