Política
Publicado em 06/11/2025, às 12h46 Reprodução/Freepik Ana Caroline Alves
A proposta do presidente argentino Javier Milei de ampliar a jornada de trabalho de 8 para até 12 horas diárias reacendeu o debate sobre o excesso de trabalho na América Latina.
O tema voltou ao centro das discussões políticas e sindicais após o mesmo anunciar sua intenção de promover uma reforma trabalhista que modifique as atuais regras do país.
De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) informados pelo UOL, a Argentina não está entre as nações com as maiores cargas horárias semanais da região.
O levantamento mostra que Paraguai (41,6 horas) e Chile (39,4 horas) lideram na América do Sul, seguidos por Brasil(38,9 horas), Peru (38,5 horas), Uruguai (36,8 horas) e Argentina (36,5 horas). Globalmente, o Brasil ocupa a 22ª posição, enquanto os Emirados Árabes Unidos aparecem no topo do ranking, com 50,8 horas semanais.
Javier Milei defende que a ampliação da carga horária ajudaria a formalizar cerca de 8 milhões de trabalhadores que atualmente estão irregulares. O governo argumenta que a medida também serviria de base para uma futura reforma tributária, ampliando a arrecadação e facilitando as relações trabalhistas.
No entanto, sindicatos e entidades de classe criticam a proposta. Para eles, a mudança pode “aumentar a precarização das relações de trabalho” e gerar um “retrocesso nas condições sociais conquistadas ao longo das últimas décadas”. O debate divide a opinião pública e promete ser um dos temas mais polêmicos da presidência de Milei.
Segundo o levantamento da OIT, os Emirados Árabes Unidos possuem a maior média semanal de trabalho, com 50,8 horas. Em seguida aparecem Mongólia (46,7 horas), Índia (45,7), Egito (45,1) e Brunei (46,3). Outras nações que figuram entre as primeiras posições incluem Zimbábue (46,2), Botswana (42,9), Turquia (42,8), Costa Rica (42,5) e Tailândia (42,5).
Os números, divulgados em 2024, reforçam como a América Latina ainda enfrenta desafios na regulamentação da jornada de trabalho e na garantia de condições justas para os trabalhadores, em meio a uma disputa entre crescimento econômico e qualidade de vida.
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