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Caribe sob ataque: o que se sabe sobre os sobreviventes dos bombardeios dos EUA

Embarcação que supostamente transportava drogas foi atacada por forças dos EUA.  |  Foto: Donald Trump via Truth Social

Publicado em 23/10/2025, às 12h31   Foto: Donald Trump via Truth Social   Bianca Rossi

Segundo apuração da CNN, uma operação militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe atingiu um grupo de colombianos que navegava em um barco vindo da Colômbia. O episódio marcou o sexto ataque americano desse tipo na região.

O ataque, ocorrido na quinta-feira (16), faz parte da ofensiva do presidente Donald Trump para conter o fluxo de drogas para os Estados Unidos e aumentar a pressão sobre o líder venezuelano Nicolás Maduro. Desde o início da campanha militar, ao menos sete embarcações foram alvo de ataques. Todos, segundo Washington, ligados ao narcotráfico venezuelano.

Foi a primeira vez que uma operação desse tipo não resultou na morte de todos os ocupantes da embarcação. De acordo com o governo americano, o barco tinha “quatro narcoterroristas conhecidos a bordo”, mas até o momento nenhuma prova concreta foi apresentada para sustentar essa versão.

Sobreviventes do ataque do dia 16

Os dois sobreviventes são um colombiano e um equatoriano. Eles foram identificados como Jeison Obando Pérez, de 34 anos, e Andrés Fernando Tufiño Chila, de 41. Ambos chegaram a ser detidos em um navio da Marinha dos EUA e, posteriormente, foram liberados e repatriados para seus países de origem.

O ministro do Interior da Colômbia, Armando Benedetti, informou que Obando desembarcou em Bogotá em estado crítico: “com traumatismo craniano, sedado, drogado e respirando por meio de um ventilador”. O ministro o classificou como “criminoso” e afirmou que ele “enfrentará a Justiça por tráfico de drogas”, embora não tenha esclarecido se já existiam investigações contra ele antes do ataque.

Já o governo do Equador informou que o outro sobrevivente está sob avaliação médica e responderá ao devido processo legal. Nenhum detalhe adicional foi divulgado até o momento.

A campanha militar de Trump

"Na campanha eleitoral, o presidente Trump prometeu enfrentar os cartéis — e ele tomou medidas sem precedentes para parar o flagelo do narcoterrorismo que resultou em mortes desnecessárias de americanos inocentes", declarou a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly.

Ela acrescentou ainda que “o presidente continuará a usar todos os elementos do poder americano para impedir a entrada de drogas em nosso país e levar os responsáveis à Justiça”.

Apesar do discurso, a libertação dos sobreviventes levantou dúvidas sobre a consistência da operação. Especialistas apontam que, se os homens eram de fato “narcoterroristas perigosos”, a repatriação sem acusações formais coloca em xeque a legalidade da ofensiva militar.

O posicionamento da Colômbia

O presidente colombiano Gustavo Petro criticou duramente a estratégia americana, acusando Washington de violar a soberania colombiana e de matar um pescador inocente em um ataque anterior, Alejandro Carranza. Segundo Petro, o barco de Carranza estava à deriva, com o sinal de socorro ligado, e o homem “não tinha qualquer ligação com o tráfico de drogas”.

“Funcionários do governo americano cometeram assassinato e violaram nossa soberania em águas territoriais”, afirmou Petro nas redes sociais.

Em resposta às críticas, Trump suspendeu parte da ajuda financeira à Colômbia e anunciou novas tarifas sobre as exportações do país, ampliando o confronto diplomático entre as duas nações.

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