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Veja os principais mitos sobre a vacina trivalente da gripe desmentidos pelo Butantan

Vacinação começou no dia 28 de março em São Paulo e em 7 de abril nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e nos demais estados do Sudeste  |  Foto: Divulgação/Instituto Butantan

Publicado em 04/05/2025, às 11h00   Foto: Divulgação/Instituto Butantan   Marcela Guimarães

Para a campanha nacional de vacinação em 2025, o Ministério da Saúde adquiriu cerca de 80 milhões de doses da vacina trivalente contra a gripe. A versão foi desenvolvida pelo Instituto Butantan.

A vacinação começou no dia 28 de março em São Paulo e em 7 de abril nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e nos demais estados do Sudeste.

O foco da campanha está na aplicação do imunizante em grupos prioritários. A vacina disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), é destinada à prevenção de quadros clínicos severos, complicações, hospitalizações e mortes causados pelos vírus influenza.

Veja os maiores mitos relacionados à vacina recomendada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS):

Ter tomado a vacina no ano passado te isenta de precisar tomar de novo

Mito: a imunização anual continua sendo essencial por fatores importante: a eficácia da vacina começa a diminuir após seis meses da aplicação, já que ela é de plataforma inativada.

Além disso, o vírus influenza passa por variações constantes, resultando em novos subtipos com frequência — ou seja, mesmo com a proteção da dose anterior, ela pode não ser eficaz contra os vírus predominantes do ano seguinte.

Há uma vacina contra Covid dentro da trivalente contra gripe

Mito: a versão trivalente do Instituto Butantan é composta somente por fragmentos inativados dos vírus influenza, responsáveis pela gripe; não há inclusão de SARS-CoV-2 em sua formulação.

Até o momento, nenhuma vacina aprovada no mundo concentra componentes para a prevenção simultânea da gripe e da Covid-19 em uma única aplicação. Embora pesquisas estejam sendo realizadas, ainda não existe produto desse tipo sendo comercializado.

A vacina não protege da gripe e do vírus da gripe A (H1N1)

Mito: este imunizante apresenta alta eficácia, principalmente na prevenção de complicações graves, internações e mortes. Em grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades, a vacina pode reduzir em mais de 80% o risco de hospitalizações e óbitos.

Além disso, ela protege contra os principais sintomas da gripe, como febre, mal-estar, dor de garganta e problemas respiratórios, com uma eficácia que pode chegar a 60%. A cada ano mudam a composição da vacina por conta da elevada taxa de mutação da cepa, portanto, a vacina também é eficaz contra a H1N1.

A vacina trivalente causa trombose e câncer

Mito: não há estudo que apresente relação entre a aplicação da vacina e o surgimento dessas doenças, pelo contrário: pesquisas mostram que o imunizante é seguro e essencial, inclusive para pessoas imunossuprimidas, como pacientes com câncer. Nesses casos, a vacinação ajuda a evitar complicações graves decorrentes da gripe, protegendo um público mais vulnerável aos efeitos do vírus.

Surge uma gripe ainda mais forte com a vacina do que pegando o vírus

Mito: produzida com vírus inativados (mortos), a vacina trivalente da gripe não tem capacidade de causar infecção. O que pode gerar confusão é que, nos meses de outono e inverno, outros vírus respiratórios circulam com mais frequência e causam sintomas semelhantes aos da gripe; assim, uma pessoa vacinada pode acabar sendo infectada por um desses outros agentes e acreditar que foi a vacina que causou a influenza.

Classificação Indicativa: Livre


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