Política

Quando a luz volta? SP ainda tem 46 mil imóveis sem energia, diz Enel

A concessionária Enel trabalha na recuperação da rede elétrica, mas a situação ainda é crítica em várias áreas da cidade.  |  Foto: Reprodução/Freepik

Publicado em 15/12/2025, às 07h47   Foto: Reprodução/Freepik   Fernanda Montanha

A Enel informou na noite de domingo, dia 14 de dezembro, que o fornecimento de energia elétrica em São Paulo e na região metropolitana caminha para a normalização. Segundo a concessionária, o serviço estaria sendo restabelecido de forma progressiva dentro da área de concessão. A comunicação oficial, porém, contrasta com os números ainda elevados de imóveis afetados.

De acordo com o monitoramento divulgado às 21h02, somente na capital paulista mais de 46 mil residências e estabelecimentos permaneciam sem energia. O dado reforça que, apesar do avanço nos reparos, a situação ainda não havia sido totalmente resolvida.

Entre os municípios mais impactados, Cotia aparecia como o segundo mais afetado, com 12.496 clientes sem luz. Na sequência, Itapecerica da Serra registrava 3.547 imóveis atingidos. 

Foto: Reprodução/Freepik

Vendaval histórico e efeitos prolongados

O apagão teve início após a passagem de um ciclone extratropical que atingiu a região na quarta-feira, dia 10 de dezembro. O fenômeno provocou rajadas de vento próximas a 100 quilômetros por hora e deixou mais de 2 milhões de imóveis sem energia elétrica. Em algumas áreas, a interrupção do serviço chegou ao quinto dia consecutivo.

Além da falta de luz, os ventos causaram uma série de transtornos. Árvores caíram sobre vias e veículos, semáforos pararam de funcionar e o trânsito entrou em colapso em diversos bairros. 

A ventania também provocou cancelamentos em massa nos aeroportos paulistas, com mais de 300 voos suspensos. Em Guarulhos, uma mulher morreu após ser atingida pela queda de uma árvore, episódio que reforçou a gravidade da situação enfrentada pela população.

O posicionamento da Enel

Em nota, a Enel afirmou que suas equipes seguem atuando em casos considerados mais complexos, que exigem reconstrução de trechos da rede elétrica. Segundo a empresa, os trabalhos incluem substituição de cabos, postes e outros equipamentos danificados. A concessionária também declarou que continua atendendo chamados registrados após o evento climático.

De acordo com o Metrópoles, a distribuidora classificou o vendaval como o mais prolongado já registrado na região. Dados citados no comunicado apontam rajadas de 82,8 quilômetros por hora no Mirante de Santana, além de picos locais de até 98,1 quilômetros por hora na região da Lapa, segundo registros do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura.

Reação institucional e questionamentos

Mesmo com a alegação de normalização, o episódio gerou repercussões institucionais. Na sexta-feira, dia 12, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União recomendou a suspensão de atos administrativos da Agência Nacional de Energia Elétrica relacionados à renovação do contrato da Enel.

Para o órgão, as falhas observadas na distribuição de energia em São Paulo indicam problemas graves na prestação do serviço. O parecer destacou que eventos climáticos intensos não podem ser tratados como imprevisíveis, especialmente em uma região historicamente afetada por chuvas fortes e ventos severos.

Segundo o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, a medida busca provocar uma análise técnica mais aprofundada do TCU. O pedido ainda aguarda avaliação do presidente do tribunal, enquanto moradores seguem lidando com os efeitos prolongados do apagão.

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