Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 08/12/2025, às 19h06
O 3I/ATLAS deve alcançar seu ponto máximo de aproximação da Terra em 19 de dezembro de 2025, quando passará a cerca de 269 milhões de km.
Para os astrônomos, esse será o momento crucial para coletar novos dados e, quem sabe, responder às perguntas que seguem cercando o objeto desde sua descoberta.
Identificado por um telescópio no Chile, o cometa rapidamente ganhou fama por não se comportar como os demais.
Originado fora do Sistema Solar, ele atravessa nossa vizinhança apenas “de passagem”, o que o transformou em algo relevante para especialistas e entusiastas.
É nessa aproximação que os cientistas esperam obter as informações mais valiosas para determinar se o 3I/ATLAS é só mais um viajante interestelar ou algo que foge dos padrões tradicionais.
Apesar de a maior parte da comunidade científica tratar o 3I/ATLAS como um cometa natural, Avi Loeb, astrofísico de Harvard, insiste que há pontos fora da curva, conforme apurou o g1.
Ele lista pelo menos 13 indícios, incluindo a massa estimada de 33 bilhões de toneladas (muito acima da observada em outros objetos do tipo), a trajetória incomum e uma composição química com mais níquel do que ferro.
“A chance de a trajetória se alinhar tão precisamente é de uma em 500”, afirma Loeb. Para ele, não é possível descartar que o objeto seja tecnológico, criado por alguma civilização distante.
Do outro lado está Michael Shermer, historiador da ciência e editor da revista Skeptic.
Ele vê o 3I/ATLAS como apenas mais um objeto interestelar natural, algo que deve se tornar cada vez mais rotineiro conforme novos telescópios entram em operação.
“Chamamos isso de caçar anomalias: procurar exceções só para desafiar a visão predominante”, diz o profissional.
A polêmica reencontra ecos no caso de Oumuamua, observado em 2017. Assim como agora, Loeb sugeriu na época que aquilo poderia ser invenção alienígena, hipótese que nunca foi confirmada por falta de dados suficientes.
Com a chegada de instrumentos mais avançados, como o próprio ATLAS e o futuro telescópio Vera Rubin, a expectativa é que muito mais objetos interestelares sejam detectados daqui para a frente.
Estimativas apontam que, na próxima década, entre 5 e 100 novos visitantes semelhantes possam ser encontrados.
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