Entretenimento

Adeus a um clássico: Chevrolet tira de linha modelo querido dos brasileiros

Foto: Reprodução/Chevrolet
Após 13 anos, Chevrolet encerra a produção do Cruze no Brasil, refletindo mudanças no mercado automotivo e a ascensão dos SUVs.  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Chevrolet
Fernanda Montanha

por Fernanda Montanha

[email protected]

Publicado em 29/12/2025, às 09h45



A Chevrolet concluiu o ciclo do Cruze no mercado brasileiro após 13 anos de presença, somando os períodos em que o modelo foi oferecido no país. O sedã médio integrou por mais de uma década a estratégia da marca para um segmento que, aos poucos, perdeu espaço no cenário automotivo nacional.

A produção do veículo já havia sido encerrada fora do Brasil. A fabricação terminou no fim de 2023 na Argentina, último país da região a manter o modelo em linha.

Esse encerramento marcou o fim físico do carro, mas a saída comercial ainda levaria alguns meses para se consolidar, segundo o Click Petróleo e Gás.

Foto: Reprodução/Chevrolet
Foto: Reprodução/Chevrolet

Fim gradual e desaparecimento do mercado brasileiro

No Brasil, a retirada do Cruze ocorreu de maneira progressiva. Após o encerramento da produção, o modelo permaneceu disponível apenas enquanto havia unidades em estoque. Com o esgotamento dos veículos, ele deixou de aparecer no configurador oficial da Chevrolet, sinalizando o fim definitivo da oferta.

Esse movimento coincidiu com uma transformação mais ampla do setor automotivo. Dados recentes apontam que os SUVs vêm ampliando participação de forma consistente, enquanto os sedãs médios registram retração nas vendas. A mudança no comportamento do consumidor tem sido determinante nesse processo, segundo analistas do mercado.

A trajetória do Cruze no país

O Cruze foi lançado no Brasil em 2011, ocupando o espaço deixado pelo Vectra e assumindo posição central no portfólio da Chevrolet. Desenvolvido como um modelo global, chegou com proposta voltada ao conforto, à segurança e à tecnologia, atributos valorizados pelo público naquele momento.

Nos primeiros anos, o sedã disputou espaço em um segmento bastante competitivo, enfrentando rivais já consolidados. Ao longo do tempo, recebeu atualizações visuais, novos equipamentos e mudanças mecânicas. Essas evoluções buscavam manter o carro alinhado às exigências do mercado, mesmo com a concorrência crescente.

Queda dos sedãs e avanço dos SUVs

Com o fortalecimento dos SUVs compactos e médios, os sedãs passaram a enfrentar dificuldades adicionais. Especialistas apontam que muitos consumidores passaram a priorizar posição de dirigir elevada, sensação de robustez e maior versatilidade, características associadas aos utilitários esportivos.

Esse novo padrão de consumo impactou diretamente modelos de três volumes. No caso do Cruze, a redução da demanda ficou evidente nos últimos anos, após um início com volumes mais expressivos.

Os emplacamentos caíram de forma contínua, reduzindo a viabilidade do modelo.

Produção regional e números de vendas

Desde 2019, o Cruze era produzido exclusivamente na fábrica de Santa Fé, na Argentina. Em 2023, a General Motors confirmou que a produção seria encerrada, redirecionando a capacidade industrial para outros projetos, como o SUV Tracker, alinhado à estratégia regional.

Ao longo de sua trajetória no Brasil, o Cruze acumulou pouco mais de 206 mil unidades vendidas. Em escala global, o modelo superou 3 milhões de unidades comercializadas. Esses números explicam sua longa permanência no mercado, mesmo diante das mudanças no setor.

Apesar da saída de linha, o Cruze segue presente nas ruas brasileiras. Como prevê o Código de Defesa do Consumidor, os veículos já vendidos continuam amparados pela rede de assistência técnica e pela oferta de peças.

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp