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Após a morte da cantora Preta Gil, um vídeo publicado pelo pastor Bruno Rocha, da Igreja Presbiteriana Suprema Graça, reacendeu o debate sobre intolerância religiosa nas redes sociais.
No conteúdo, gravado antes do falecimento da artista, o religioso comenta um momento em que Preta Gil agradeceu tanto a Deus quanto aos orixás por estar curada do câncer, na época. Na legenda, ele destacou o versículo Isaías 45:5: “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus.”
A publicação, feita logo após a notícia da morte de Preta, provocou uma onda de comentários ofensivos contra religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé. Entre as respostas, estavam frases como “somente Jesus cura”, “nunca vi um terreiro curar câncer” e “orixás são demônios e anjos caídos”.
Nesta quarta-feira (23), após críticas, a publicação foi deletada do perfil do pastor.
Diante da repercussão, o também pastor Hermes C. Fernandes usou suas redes sociais para criticar a atitude de Bruno Rocha e dos seguidores que reagiram com intolerância. Em seu perfil, publicou prints dos comentários e escreveu:
“Este post é revelador. O pastor que o publicou não demonstra qualquer sinal de empatia, nem mesmo respeito à dor e ao luto da família. Portanto, é um péssimo testemunho de fé. Jesus agiria assim?”, questionou.
Hermes também destacou que a verdadeira fé deve se traduzir em amor, e não em julgamento: “O que se crê é menos importante do que o que se faz com o que se crê. Nossa fé nos humaniza ou nos torna seres intolerantes?”, escreveu. Para ele, Preta Gil foi uma mulher corajosa e admirável, e sua espiritualidade não deveria ser desrespeitada.
O episódio acendeu discussões sobre os limites da liberdade religiosa e o uso da fé como justificativa para discursos discriminatórios, especialmente em momentos delicados, como o luto.
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