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Foto: Reprodução
O clássico gótico de Emily Brontë voltou aos holofotes com a chegada do primeiro trailer de sua mais nova adaptação cinematográfica. A prévia já foi suficiente para gerar entusiasmo, críticas e debates acalorados nas redes sociais.
A proposta do longa é revisitar a intensidade sombria da obra, mas com uma roupagem contemporânea. Cenas de paixão, desejo e conflito aparecem embaladas por trilha eletrônica e figurinos estilizados, segundo o Terra.
O ponto mais polêmico da produção está na escolha do intérprete de Heathcliff. Tradicionalmente descrito como alguém de origem marginalizada, o personagem foi vivido por um ator branco. A decisão foi acusada de “embranquecer” a narrativa, apagando nuances raciais frequentemente associadas ao protagonista.
Pesquisadores e críticos lembram que, embora o livro não detalhe claramente sua etnia, há indícios de que Heathcliff teria raízes ciganas ou africanas. Sua condição de outsider, somada às descrições físicas e ao preconceito que sofre, reforçam essa leitura.
Fãs comentam que ao escalar um ator branco, a adaptação teria perdido a chance de ampliar a diversidade em papéis centrais.
Enquanto parte do público elogia a coragem de reinterpretar o romance com uma linguagem atualizada, outros afirmam que a obra foi descaracterizada. O risco, segundo especialistas, é ofuscar temas centrais como vingança, obsessão e desigualdade social, trocando-os por um apelo meramente visual.
Os produtores, por sua vez, defendem que a intenção nunca foi seguir rigidamente o contexto histórico. Em entrevistas, explicaram que buscaram uma versão “universal”, centrada na intensidade emocional da relação entre Heathcliff e Catherine.
O desafio de adaptar O Morro dos Ventos Uivantes sempre esteve em equilibrar sua essência sombria com novas leituras. Heathcliff simboliza tanto a marginalização quanto o ressentimento, e sua origem ambígua é parte fundamental da narrativa.
Confira o trailer da adaptação:
Classificação Indicativa: Livre
