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Alguns médicos ainda não apoiam o uso do produto, especialmente nos EUA. - Foto: Reprodução Instagram/ @sofiepavitt
por Camila Lutfi
Publicado em 06/09/2025, às 13h14
Um procedimento estético coreano está atraindo diversos consumidores estadunidenses para a Coreia do Sul, em busca de uma pele mais lisa e jovem. O responsável pelo efeito milagroso que supera a maioria dos cosméticos e procedimentos é o Rejuran injetável.
Segundo o The Wall Street Journal, esse produto não é aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) — que funciona como a Anvisa dos Estados Unidos —, mas não impede os interessados de viajarem ao exterior para as aplicações.
O Rejuran surgiu em 2014 na Coreia do Sul e, desde então, 20 outros países aprovaram seu uso como injetável. São recomendadas pelo menos três sessões, que podem custar até US$ 450 cada — cerca de R$ 2.428 na cotação atual do dólar.
Se antes o maior nível de procedimento estético eram as aplicações para diminuir as rugas e linhas de expressão, o Reajuran conseguiu ir além e instaurou um possível novo padrão.
Ao contrário de outros injetáveis populares, como o Botox, que congela as contrações musculares, ou preenchimentos como o Juvederm, que injeta volume na pele, o Rejuran promete hidratar a pele e aumentar sua elasticidade, segundo fontes procuradas pelo jornal americano.
O Rejuran, produzido pela PharmaResearch, é feito com uma cadeia de moléculas que contém fragmentos de DNA derivados de células de salmão, chamado PN, que supostamente promove a cicatrização e a regeneração da pele.
Celebridades como a atriz Jeniffer Aniston e a empresária Kim Kardashian, por exemplo, elogiaram o método. Porém, alguns médicos americanos ainda estão céticos em relação ao tratamento.
A aplicação de Rejuran envolve microagulhamento ou um laser de resurfacing — técnica que corrige imperfeições na pele —, seguido de uma aplicação tópica do facial de salmão.
Para ter o efeito desejado, o Rejuran envolve centenas de injeções perto da superfície "usando uma técnica de punção em série", segundo afirmou Chris Lee, chefe global de saúde da PharmaResearch, ao The Wall Street Journal.
Em média, isso resulta em 100 a 150 pontos de injeção por sessão. Vale lembrar que toda e qualquer injeção possui potencial de infecção.
Além disso, as injeções de Rejuran são frequentemente combinadas com outros tratamentos estimulantes.
Os médicos americanos não possuem opinião completamente formada em relação ao produto. Catherine Chang, cirurgiã plástica e reconstrutiva em Beverly Hills, disse ao jornal gringo que recebeu avaliações mistas, mas afirma que seria ótimo se o Rejuran for realmente útil e aprovado.
Ainda, ela destaca que é importante a avaliação de novos estudos antes de aprovar o produto nos EUA.
A PharmaResearch afirmou ter observado apenas reações cutâneas leves desde o lançamento do Rejuran e nenhum efeito colateral adverso grave. A empresa informou que entrou com um pedido de aprovação da FDA para injeções.
Devido às injeções, fontes entrevistadas pelo jornal americano afirmaram que a aplicação não é para os fracos: a dor do procedimento pode ser maior do que a de um parto ou romper o ligamento do joelho.
O efeito de pele lisa e brilhante também não é imediato. Logo após a sessão, a pele fica coberta de bolinhas vermelhas, parecidas com urticárias, podendo desaparecer entre 24 horas e alguns dias.
A esteticista e influencer americana Sofie Pavitt mostrou em suas redes sociais que fez o procedimento no início deste ano e compartilhou as imagens do processo.
Ao The Wall Street Journal, ela comentou que a dor não é insuportável, mas "é como morrer por 1.000 cortes".
O procedimento é liberado no Canadá, país vizinho dos EUA, mas a aplicação é mais barata em Seul, onde a maioria dos consumidores vão para buscar o Rejuran.
No entanto, além da sessão do próprio produto milagroso, os demais procedimentos exigidos e o valor da viagem podem pesar mais ainda no bolso.
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