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Quanto vai aumentar? Preços dos carros 0 km devem subir após a virada

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Entenda como a chegada do novo ano modelo impacta os preços e as oportunidades de compra nas concessionárias.  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Freepik
Fernanda Montanha

por Fernanda Montanha

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Publicado em 26/12/2025, às 14h48



Com a chegada dos últimos dias do ano, as concessionárias costumam registrar um movimento intenso. Muitos consumidores aceleram a decisão de compra por receio de que os valores dos carros aumentem assim que o calendário muda.

Essa preocupação tem fundamento, mas a lógica por trás dos reajustes nem sempre está ligada diretamente ao dia 1º de janeiro.

Virada do ano não significa aumento imediato

Existe a ideia difundida de que os preços sobem automaticamente com o início de um novo ano, mas isso não acontece de forma tão simples. O que realmente influencia as tabelas é a chegada do novo ano modelo, que pode ocorrer semanas ou até meses depois.

Nem toda montadora faz essa transição logo em janeiro, já que muitas avaliam o estoque disponível antes de lançar oficialmente a linha seguinte.

Em vários casos, as marcas continuam entregando veículos do ano modelo atual até março ou abril. Enquanto isso, os preços permanecem estáveis ou até mais atrativos, justamente para acelerar a saída dos carros que ainda estão nos pátios.

Por que dezembro costuma ter tantos descontos

O fim do ano é estratégico para as fabricantes. Além de fechar metas comerciais, esse período é usado para reduzir o volume de veículos do ano modelo vigente. Essa combinação resulta em campanhas agressivas e maior poder de negociação para o cliente, o que explica a corrida às concessionárias em dezembro.

Mesmo após o início de janeiro, a mudança não costuma ser brusca. Segundo Cássio Paglirini, da consultoria Bright, as montadoras seguem oferecendo descontos mais fortes nos modelos que estão sendo descontinuados. Com o passar dos meses, esses abatimentos diminuem gradualmente, até que o preço médio se estabilize novamente.

No passado, apenas a troca de ano já gerava um reajuste automático entre 1,5% e 2%. Hoje, esse percentual se tornou difícil de sustentar diante do cenário econômico e da concorrência mais acirrada.

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O que realmente faz o preço subir

O impacto no valor final depende do tipo de atualização feita no veículo. De acordo com Milad Kalume, especialista no setor automotivo, uma reestilização leve costuma elevar os preços entre 4% e 5%. Já um modelo totalmente novo, com mudanças estruturais ou nova plataforma, pode chegar a variações próximas de 10%.

Ainda assim, há exceções. Em mercados muito competitivos, algumas marcas optam por manter o preço mesmo com visual renovado, apostando no volume de vendas. Outro ponto importante é o conteúdo do carro, já que pacotes de equipamentos podem ganhar ou perder itens, dificultando comparações diretas.

Inflação e comportamento do mercado

Apesar da sensação generalizada de que os carros ficaram muito mais caros, os dados mostram um cenário mais equilibrado. Um levantamento da Bright indica que, considerando a inflação, os preços reais estão praticamente estáveis desde 2022.

Os SUVs, por exemplo, subiram em relação a 2019, mas mantêm valores semelhantes nos últimos anos. Hatchbacks estão estagnados desde 2023, enquanto picapes médias atingiram um pico em 2022 e depois passaram a se manter em patamares mais baixos. A pressão das marcas chinesas e a demanda enfraquecida limitam novos reajustes, explica Paglirini.

Comprar agora ou esperar

A compra no fim do ano tende a valer a pena para quem busca economia imediata. Os descontos são maiores e as condições costumam ser mais flexíveis, embora o veículo adquirido tenha ano modelo anterior, o que pode influenciar na revenda futura, segundo o Uol.

Por outro lado, aguardar o novo ano modelo pode significar melhor valorização e eventuais melhorias no projeto, mas com um custo adicional que pode chegar a 10%. A decisão final depende do perfil do comprador e do equilíbrio entre preço, uso e expectativa de revenda.

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