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A cantora Preta Gil faleceu neste domingo, aos 50 anos, após enfrentar uma batalha contra o câncer de intestino. Filha do cantor e compositor Gilberto Gil, de 83 anos, e de Sandra Gadelha, de 77, Preta cresceu em meio à música, mas sua mãe sempre se manteve reservada, longe da mídia e dos holofotes.
Sandra Gadelha e Gilberto Gil foram casados por 11 anos e tiveram três filhos: Preta, Maria e Pedro Gil — este último faleceu em 1990. Durante o relacionamento, viveram momentos marcantes da história brasileira, incluindo o período do exílio, entre 1969 e 1972, quando acompanharam Gil no exterior. Em 1977, Sandra foi homenageada com a canção “Sandra”, do álbum Refavela, escrita enquanto o artista esteve preso em Florianópolis.
Ela também inspirou uma das músicas mais emocionais da carreira de Gilberto Gil: “Drão”, lançada em 1982. A canção fala sobre o fim do casamento dos dois e aborda os sentimentos de amor, separação e transformação. Em seu livro Todas as Letras, publicado em 2000, Gil descreve o processo de composição da faixa como um desafio, por tratar de temas tão profundos. “Drão” foi dedicada exclusivamente a Sandra, que ganhou esse apelido por sugestão de Maria Bethânia, amiga próxima e figura central na MPB.
Em abril de 2024, Sandra se comoveu ao assistir Preta subir ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, para cantar ao lado do pai justamente durante a música “Drão”, num momento repleto de simbolismo e emoção.
Segundo o Uol, discreta, mas influente nos bastidores da música popular brasileira, Sandra integrou o círculo íntimo de nomes como Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa — esta última madrinha de Preta Gil. Apesar de evitar os holofotes, sua presença foi marcante tanto na vida familiar quanto na trajetória artística de Gilberto Gil.
Com a partida de Preta, reacende-se o interesse pela história da família Gil e pela figura de Sandra Gadelha, que apesar de pouco conhecida do grande público, teve papel essencial na formação de uma das dinastias mais emblemáticas da música brasileira.
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