Entretenimento
por Isabela Fernandes
Publicado em 14/05/2025, às 12h15
Muita gente gosta de manter a carteira em ordem: notas viradas para o mesmo lado, separadas por valor, tudo alinhado. À primeira vista, isso parece apenas um hábito de pessoas organizadas. No entanto, quando o desejo por controle se torna exagerado, pode passar de uma qualidade para um sinal de alerta. Especialistas em saúde mental explicam que, em alguns casos, o comportamento organizado demais pode estar ligado ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o TOC.
Separar as notas de dinheiro, conferir diversas vezes se a porta está trancada ou evitar sair de casa sem refazer certos rituais são exemplos comuns que, se repetidos com frequência e causarem sofrimento ou prejuízos na rotina, podem indicar que algo não está bem.
O TOC é caracterizado por pensamentos repetitivos e incômodos, que geram ansiedade e levam a comportamentos compulsivos, atitudes realizadas para tentar aliviar esse desconforto mental.
A pessoa sente que precisa fazer determinada ação, como uma espécie de “obrigação”, mesmo sem motivo real. Isso pode incluir medo de punição, preocupação excessiva com erros ou até a crença de que, se não agir de certa forma, algo ruim pode acontecer.
No caso das notas de dinheiro, a pessoa pode acreditar que, se não organizá-las por valor ou posição, ela pode perder o controle financeiro, gastar demais ou até parecer irresponsável.
Embora seja comum ouvir que “organização nunca é demais”, a psicologia alerta: tudo que é feito em excesso e afeta a qualidade de vida pode se tornar um problema. Não é o ato de ser organizado em si que preocupa, mas sim quando isso vira uma exigência rígida.
Segundo psicólogos, o que diferencia um hábito saudável de um transtorno é o impacto que isso tem na vida da pessoa. Tudo que é feito em excesso e afeta a qualidade de vida pode se tornar um problema. Não é o ato de ser organizado que preocupa, mas sim quando isso vira uma exigência rígida.
Mas, se a organização das notas ocupa tempo excessivo, gera estresse quando feita “errado” ou interfere no convívio social, é hora de prestar atenção. O comportamento deixa de ser apenas uma preferência e passa a ser uma necessidade ansiosa, movida por pensamentos obsessivos.
Vale lembrar que nem toda pessoa organizada tem TOC. O transtorno só é considerado quando os comportamentos passam a interferir negativamente na vida da pessoa, afetando relações sociais, trabalho e bem-estar emocional.
Por isso, ao perceber que certos hábitos estão tomando tempo demais ou gerando sofrimento, o ideal é buscar ajuda profissional. Psicólogos e psiquiatras são os mais indicados para avaliar a situação e orientar o tratamento, quando necessário.
Classificação Indicativa: Livre