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Veja valor da indenização cobrado por família de jovem ironizada por estudantes de medicina

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Jovem morreu após complicações cardíacas, e vídeo com comentários irônicos sobre seu tratamento gerou revolta nas redes  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Redes sociais
Isabela Fernandes

por Isabela Fernandes

Publicado em 06/05/2025, às 09h00



A família de Vitória Chaves da Silva, jovem que enfrentou uma rara condição cardíaca e passou por três transplantes de coração, entrou na Justiça contra Instituto do Coração(InCor), a empresa de educação médica Inspirali e duas estudantes de medicina, após a divulgação de um vídeo considerado ofensivo.

As estudantes Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano postaram um vídeo no TikTok comentando os procedimentos médicos pelos quais Vitória passou. A jovem foi submetida a três transplantes de coração no InCor, em São Paulo.

Apesar de o nome de Vitória não ser mencionado diretamente, a família reconheceu os detalhes da história e ficou indignada com a postura das estudantes. O vídeo foi removido das redes sociais, mas não antes de viralizar.

Durante o vídeo, uma das estudantes comenta que o segundo transplante teria falhado porque a paciente "não tomou os remédios que deveria tomar". Em seguida, a outra diz que ela "achava que tinha sete vidas", em tom de desdém. A família nega a afirmação e diz que Vitória era extremamente rigorosa com seus medicamentos, usando até alarmes para garantir os horários corretos.

O conteúdo foi visto como ofensivo e desrespeitoso pela família, que aponta violação de sigilo médico e da privacidade de Vitória. Na ação, os pais da jovem pedem R$ 607 mil por danos morais e mais R$ 25,5 mil para custear apoio psicológico pelos próximos seis meses. A defesa da família afirma que o vídeo desonra a memória de uma jovem que sempre lutou pela vida com coragem e disciplina.

As alunas estavam no InCor como parte de um curso de extensão de curta duração, promovido pela Inspirali, quando gravaram o vídeo, segundo a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

A ação alega que houve falha de supervisão tanto por parte da empresa quanto do próprio InCor, que permitiram o acesso indevido a informações sensíveis de pacientes.

Além do processo civil, a Polícia Civil abriu um inquérito por injúria após a família registrar queixa. As duas estudantes prestaram depoimento no 14º Distrito Policial e disseram que não tiveram a intenção de ofender, apenas relatar um caso clínico.

Nas redes sociais, Giovana, irmã de Vitória, se manifestou: “Nunca foi e continua não sendo sobre dinheiro. Lutamos e vamos continuar lutando para limpar a história da minha irmã, que foi e sempre será uma história de muita luta e superação”.

A defesa das estudantes ainda não se pronunciou sobre o processo.

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