Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 22/05/2025, às 08h18
O julgamento do tenente da Polícia Militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado de matar o multicampeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, foi adiado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
O júri popular estava marcado para esta quinta-feira (22), mas foi suspenso após um pedido urgente da defesa, que alegou prejuízo ao direito de defesa do réu. Uma nova data ainda será definida pela Justiça.
Leandro Lo, um dos maiores nomes do jiu-jítsu brasileiro, foi assassinado em 7 de agosto de 2022 durante um show do grupo Pixote no Clube Sírio, localizado na zona sul da capital paulista. Lo tinha 33 anos.
Segundo testemunhas e o boletim de ocorrência, o atleta se envolveu em uma discussão com o policial e, para conter a situação, o imobilizou.
Após se afastar, Velozo sacou sua arma e atirou na cabeça de Lo. O policial ainda teria chutado o lutador já caído antes de fugir. A vítima foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Preso preventivamente desde a data do crime no presídio militar Romão Gomes, o tenente responde por homicídio doloso qualificado, que é quando há intenção de matar e circunstâncias agravantes.
Por se tratar de um crime doloso contra a vida, o julgamento ocorrerá no Tribunal do Júri, formado por sete cidadãos sorteados, que decidirão se Velozo será condenado ou absolvido.
Além do processo criminal na Justiça comum, o policial também é alvo de um procedimento na Justiça Militar. Um inquérito conduzido pela Corregedoria da Polícia Militar concluiu que ele cometeu uma infração disciplinar gravíssima e recomendou sua expulsão da corporação. Cabe agora à Justiça Militar avaliar e decidir sobre essa medida.
Apesar de estar preso há quase três anos, Velozo voltou a receber salário da PM após uma decisão individual do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), em março deste ano.
O ministro entendeu que, segundo a Constituição, a suspensão de pagamento só pode ocorrer após a condenação definitiva. Com isso, o soldo mensal de R$ 10,8 mil foi restabelecido, mesmo com o policial detido.
Leandro Lo foi uma referência no esporte. Com oito títulos mundiais no currículo, ele era admirado dentro e fora dos tatames. Sua morte causou forte comoção no Brasil e no exterior, especialmente na comunidade das artes marciais.
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