Polícia
Nas redes sociais, cresce o alerta sobre um novo tipo de golpe que explora o sistema Pix para enganar consumidores e roubar dinheiro. Conhecido como golpe do “Pix errado” ou “Pix devolvido”, o esquema se aproveita do Mecanismo Especial de Devolução (MED), ferramenta do Banco Central criada para facilitar a devolução de valores em situações de fraude.
O golpe se inicia quando o criminoso faz uma transferência para a conta de uma pessoa. Como muitos utilizam o número de celular como chave Pix, os golpistas localizam facilmente os dados da vítima. Em seguida, entram em contato por ligação ou mensagem (geralmente via WhatsApp), alegando que enviaram o valor por engano e solicitando o retorno do dinheiro.
O ponto central da fraude acontece nesse momento: em vez de orientar a devolução pelo mesmo caminho da transferência inicial, o estelionatário informa uma nova conta para o depósito. Com isso, além do valor já transferido, o golpista ainda aciona o MED, alegando ter sido lesado pela vítima. O resultado é que o dinheiro é retirado à força do saldo da pessoa enganada, enquanto o criminoso lucra tanto com o valor recebido pelo MED quanto com o depósito feito de boa-fé.
Para se proteger, é essencial verificar se o valor realmente foi creditado na conta. Caso isso tenha ocorrido, a devolução deve ser feita exclusivamente pelo recurso oficial de reembolso disponível no aplicativo do banco. Essa função, normalmente chamada de “devolver dinheiro” ou “reembolso Pix”, garante que o valor retorne ao remetente original e evita brechas para o golpe.
Se o consumidor perceber que caiu no golpe, deve comunicar o banco em até 80 dias. A instituição analisará o caso: se constatar fraude, o valor poderá ser devolvido em até 96 horas, desde que o golpista tenha saldo disponível. Não havendo recursos, o banco continuará monitorando a conta do criminoso por até 90 dias para realizar devoluções parciais.
Caso o problema não seja resolvido, o consumidor pode procurar o Procon, recorrer ao Consumidor.gov ou entrar na Justiça. É importante lembrar que o MED não serve para erros do próprio usuário ao transferir valores para destinatários errados. Nessas situações, o ideal é buscar orientação diretamente com o banco.
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