Política

Mais de 800 mil imóveis seguem sem luz em SP quase 48 horas depois do ciclone

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Falhas repetidas da Enel reacendem críticas à concessionária, que volta a registrar milhões de clientes afetados por apagões durante eventos climáticos  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/William Cardoso/Metrópoles
Érica Sena

por Érica Sena

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Publicado em 12/12/2025, às 11h09



Dois dias após a passagem do ciclone extratropical que atingiu São Paulo, mais de 800 mil imóveis permaneciam sem energia elétrica na manhã desta sexta-feira (12/12).

Na Região Metropolitana, são 836.720 unidades afetadas, segundo a Enel. Somente na capital paulista, 589.719 endereços continuam no escuro, número que expõe a dificuldade da concessionária em restabelecer o fornecimento após grandes eventos climáticos.

O apagão chegou ao pico na quarta-feira (10/12), quando mais de 2 milhões de imóveis ficaram sem luz, paralisando bairros inteiros e sobrecarregando equipes de emergência, como citado pelo site Metrópoles.

Ocorrências e impacto do ciclone

O Corpo de Bombeiros registrou 233 chamadas para quedas de árvores somente na quinta-feira (11/12). Apesar do grande volume de ocorrências, não houve relatos de desabamentos ou alagamentos no período.

O vendaval provocado pelo ciclone já havia sido antecipado pela Defesa Civil, que alertou para ventos fortes e risco de interrupções no fornecimento de energia, cenário que acabou se confirmando de forma crítica.

Aneel cobra explicações

Ainda na quarta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou um ofício à Enel pedindo esclarecimentos sobre a magnitude do apagão. A agência ressalta que a concessionária havia sido previamente alertada sobre o ciclone e suas possíveis consequências, o que deveria ter permitido ações preventivas mais eficientes.

O documento destaca que às 15h daquele dia, mais de 2 milhões de unidades consumidoras estavam desligadas, representando quase 32% da área de concessão, número considerado alarmante pelo órgão regulador.

Histórico de crises no fornecimento A Aneel lembrou ainda que essa não é a primeira vez que milhões de clientes da Enel ficam sem energia durante um evento climático.

Em novembro de 2023, 2,1 milhões de imóveis foram afetados; em outubro de 2024, foram 2,4 milhões. A repetição de episódios de grande escala reforça a pressão por respostas e medidas estruturais para evitar novos colapsos no sistema elétrico da região.

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