Política
por Marcela Guimarães
Publicado em 18/09/2025, às 16h18
O horário de verão, suspenso desde 2019, ainda não foi descartado pelo governo e segue sendo estudado como medida para diminuir a pressão em cima do consumo de energia nacional.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o tema “é permanentemente avaliado”.
Um dos documentos mais recentes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Plano de Operação Energética (PEN) 2025, recomenda a retomada da mudança no relógio como uma forma de garantir mais segurança no fornecimento de energia entre 2025 e 2029.
Em relatório divulgado em julho, o ONS alertou que, sem novos leilões de potência, o país poderá passar por dificuldades nos horários de maior consumo de energia nos próximos anos.
A entidade destaca que, nesse caso, seria necessário acionar usinas térmicas flexíveis, mas que o retorno do horário de verão poderia funcionar como uma alternativa sustentável.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou à TV Globo que uma definição deveria sair “até setembro”.
“Torcemos para que não precise, mas é só uma análise a ser feita no momento adequado, normalmente no final de agosto, início de setembro”, declarou. Até agora, porém, nenhuma decisão foi tomada.
Segundo estimativas do ONS, a alteração no relógio poderia aliviar em até 2 GW (gigawatts) a carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) nos horários de pico, ou seja, entre 18h e 21h.
A avaliação também leva em conta pontos como o regime de chuvas, que acaba afetando a geração nas hidrelétricas.
Além disso, a medida poderia favorecer a integração de fontes renováveis, como a solar e a eólica, melhorando a oferta nos momentos de maior demanda.
A decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Caso o horário de verão seja retomado, a previsão é que ele seja aplicado entre novembro de 2025 e fevereiro de 2026.
“O Ministério de Minas e Energia (MME) informa que o tema é permanentemente avaliado pela Pasta. A análise de 2025 busca avaliar os resultados dos estudos prospectivos ligados ao atendimento do pico de demanda de energia para suprir a carga de forma coordenada, considerando o comportamento da geração não despachável das usinas solares e fotovoltaicas.
As condições dos reservatórios são favoráveis, evoluindo dentro da normalidade ao longo do período seco, deixando o Sistema Interligado Nacional (SIN) em situação melhor que no ano passado. Estudos até fevereiro de 2026 confirmam o pleno atendimento de energia, conforme foi destacado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realizada na última quarta-feira.
O CMSE segue monitorando o sistema elétrico, subsidiando as autoridades com informações atualizadas para fins da decisão mais adequada”.
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