Política
Manifestações contra propostas que abrem caminho para a anistia de envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro estão marcadas para este domingo, 14 de dezembro de 2025, em dezenas de cidades brasileiras.
A mobilização reúne organizações civis, partidos políticos e coletivos culturais que veem a iniciativa como uma ameaça à responsabilização pelos atos antidemocráticos.
O estopim para os protestos foi a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do chamado PL da Dosimetria. A votação ocorreu na madrugada da última quarta-feira, 10 de dezembro, e foi interpretada pelos movimentos como uma alternativa indireta ao projeto de anistia ampla.
A proposta altera critérios de aplicação de penas e pode beneficiar tanto os condenados pela invasão e depredação das sedes dos Três Poderes quanto figuras centrais acusadas de tentar subverter a ordem democrática.
O entendimento dos manifestantes é que a medida reduz punições de forma generalizada, comprometendo a justiça. A leitura predominante é de que o Congresso tenta reescrever a gravidade dos fatos.
Enquanto isso, o projeto segue em tramitação no Senado. O PL nº 2.162, de 2023, está atualmente sob análise da Comissão de Constituição e Justiça, tendo como relator o senador Esperidião Amin, que já se posicionou de maneira favorável.
Na capital paulista, a principal concentração está marcada para as 14h, na avenida Paulista, em frente ao MASP. O local foi escolhido por seu simbolismo histórico e por ser palco frequente de manifestações políticas. A expectativa é de que o ato reúna milhares de pessoas em defesa da responsabilização dos envolvidos nos ataques às instituições.
Convocatórias nas redes sociais reforçam o tom crítico ao Legislativo, com slogans que pedem o fim da impunidade e a defesa do Estado democrático de direito. Frases como “Sem anistia para golpistas” e “O Brasil é do povo” circulam amplamente entre os organizadores e apoiadores da mobilização, segundo o Poder360.
Além de coletivos independentes, partidos como o PT também divulgaram oficialmente os locais e horários dos protestos, ampliando o alcance da convocação em diferentes regiões do país.
Embora São Paulo concentre atenção especial, manifestações estão previstas em pelo menos 49 municípios.
No Rio de Janeiro, o protesto contará com apresentações musicais de artistas consagrados, como Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Gilberto Gil, com organização do coletivo 342Artes. A estratégia é unir cultura e mobilização política para ampliar o engajamento popular.
Capitais como Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba também terão atos confirmados, além de cidades médias e polos regionais. Os horários e pontos de encontro variam, mas seguem o mesmo objetivo: pressionar o Congresso e barrar qualquer avanço que resulte em anistia aos envolvidos nos ataques de janeiro de 2023.
A coordenação nacional destaca que os locais e horários podem sofrer ajustes, mas reforça que a mobilização pretende marcar posição clara da sociedade contra retrocessos institucionais e em defesa da democracia.
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