Entretenimento
Publicado em 19/12/2025, às 18h14 Foto: Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA Marcela Guimarães
Com a passagem do objeto interestelar 3I/ATLAS pela Terra prevista para este sábado (20), cresce a curiosidade sobre sua verdadeira origem.
Um novo estudo afirma que o corpo celeste se comporta como um cometa comum do Sistema Solar, mas a conclusão é contestada pelo astrofísico Avi Loeb, de Harvard, que aponta que o objeto apresenta anomalias ainda não explicadas.
A pesquisa, publicada na revista Research Notes of the AAS, é liderada por Thomas Marshall Eubanks, da empresa aeroespacial Space Initiatives.
Segundo o estudo, a aceleração não gravitacional observada no 3I/ATLAS é compatível com a de cometas ativos, impulsionados pela liberação de gases e poeira ao se aproximarem do Sol, fenômeno conhecido como desgaseificação.
De acordo com Thomas, a equipe chegou a essa conclusão a partir de medições feitas com astrometria de longa distância, utilizando dados da sonda Psyche, da NASA, e do orbitador Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia.
Segundo o texto do New York Post, a análise levou a pesquisa a afirmar que, apesar de diferente, o 3I/ATLAS é, em sua essência, um cometa.
A interpretação, enfim, não convenceu Avi Loeb. O cientista já havia classificado como “anômalo” o movimento do objeto durante sua maior aproximação do Sol, ocorrida no mês passado, sugerindo que o comportamento poderia indicar o uso de propulsores tecnológicos.
O cientista considera frágil a correlação feita pelo estudo entre a presença de poeira e a classificação do objeto como cometa.
Para ele, o argumento ignora características incomuns, como altos níveis de níquel na pluma, uma trajetória incomum em relação aos planetas e uma cauda apontando em direção ao Sol, ou seja, o oposto do esperado.
O astrofísico também cita uma carta publicada na revista Astronomy & Astrophysics, na qual astrônomos espanhóis identificaram um jato de alta altitude com comportamento oscilante no 3I/ATLAS entre julho e setembro.
Segundo o estudo, a chamada “anticauda”, voltada para o Sol, está alinhada a menos de 8º do eixo de rotação do objeto, uma orientação considerada extremamente específica.
Para Avi Loeb, isso sugere que o corpo mantém lados diurno e noturno bem definidos, que se alternam de forma estável durante a aproximação solar, algo que ele avalia como estatisticamente improvável em um objeto natural.
O pesquisador estima em apenas 0,5% a chance de essa configuração estar ocorrendo por acaso.
Avi Loeb defende a hipótese de que o 3I/ATLAS possa ter origem tecnológica e estaria usando um tipo de escudo ou jato voltado para o Sol para se proteger do vento solar e da radiação.
Ele ainda aponta que o jato observado é bastante colimado (muito mais longo do que largo), fugindo do padrão difuso esperado quando gelo evapora na superfície de um cometa.
Cerveja de SP está entre as melhores do planeta em ranking internacional; confira
NASA surpreende ao revelar possível sinal de vidas passadas em Marte; veja