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Publicado em 31/10/2025, às 16h10 Foto: Divulgação/Netflix Redação BNews São Paulo
Quando se fala em serial killers, a imagem que vem à mente costuma ser a de homens frios e calculistas. Mas o caso de Aileen Wuornos quebrou esse estereótipo nos anos 1990.
Condenada por matar sete homens na Flórida, ela se tornou uma das assassinas mais conhecidas dos Estados Unidos, e agora tem sua trajetória revisitada no novo documentário da Netflix, Aileen: A História de uma Serial Killer.
Wuornos foi presa em janeiro de 1991 e rapidamente ganhou as manchetes. Trabalhadora sexual itinerante, ela confessou ter matado sete clientes: Richard Mallory, David Spears, Charles Carskaddon, Troy Burress, Charles Humphreys e Walter Antonio.
A imprensa logo a apelidou de “a prostituta do inferno”, e sua história inspirou reportagens, livros, documentários e o filme Monster – Desejo Assassino, que rendeu o Oscar de Melhor Atriz a Charlize Theron em 2004.
No documentário, a diretora Ellen Turner revisita a história de Wuornos com imagens de arquivo, gravações de áudio e entrevistas inéditas feitas dentro da prisão, destaca a Rolling Stones. O objetivo é mostrar uma versão mais complexa da criminosa, revelando contradições e traumas que marcaram sua vida.
“Ao assistir às fitas originais, surge uma Aileen muito diferente — humana, contraditória e, por vezes, profundamente perturbadora”, contou Turner à revista People.
Entre as revelações mais marcantes do documentário está o fato de que Wuornos confessou os assassinatos para proteger sua namorada, Tyria Moore.
A polícia usou Moore para arrancar uma confissão de Aileen, fazendo com que ela acreditasse que a parceira seria presa se não assumisse a culpa. “Se eu tiver que confessar tudo só para te livrar de problemas, eu vou fazer isso”, diz Wuornos em uma gravação telefônica exibida no filme.
Mais tarde, ela declarou que foi manipulada e coagida pela polícia, e que jamais teria confessado os crimes sem essa pressão emocional.
Durante o julgamento, Wuornos alegou ter agido em legítima defesa, dizendo que sua primeira vítima, Richard Mallory, a estuprou e torturou. A defesa tentou argumentar que ela vivia sob constante ameaça durante os encontros com clientes, mas o júri não aceitou a tese. O promotor John Tanner, conhecido por seu discurso moralista, explorou o histórico de Wuornos como trabalhadora sexual para reforçar a condenação.
Mesmo após descobertas de que Mallory tinha antecedentes por agressão sexual, Aileen foi condenada à morte.
Na prisão, Wuornos passou por uma conversão religiosa e foi “adotada” por uma mulher chamada Arlene Pralle, com quem trocava cartas. Segundo pessoas próximas, ela apresentava sinais claros de instabilidade mental nos anos que antecederam a execução.
Colegas de cela relatam que Aileen era paranoica, acreditava estar sendo vigiada e dizia estar pronta para morrer.
Ela foi executada por injeção letal em 9 de outubro de 2002, tornando-se a terceira mulher a morrer dessa forma na Flórida. Suas últimas palavras foram: “Estou indo ficar com Jesus”. No documentário, uma fala resume sua visão final sobre si mesma: “A verdadeira Aileen Wuornos não é uma serial killer. Eu estava tão perdida, tão ferrada da cabeça, que acabei virando uma.”
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