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Publicado em 05/11/2025, às 06h45 Foto: Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA Marcela Guimarães
O cometa interestelar 3I/ATLAS segue sua jornada pelo espaço após alcançar, em 30 de outubro, o ponto mais próximo do Sol, o chamado periélio, a cerca de 1,4 unidade astronômica (aproximadamente 210 milhões de km).
O fenômeno ocorreu logo dentro da órbita de Marte, segundo informações dadas pela NASA.
Localizado pela primeira vez em julho, através do telescópio da rede Asteroid Terrestrial-Impact Last Alert Survey System (ATLAS), no Chile, o 3I/ATLAS rapidamente chamou a atenção da ciência por ser o terceiro objeto conhecido a atravessar o nosso Sistema Solar vindo de outro.
Para a CNN Brasil, o astrônomo Marcos Calil, da Urânia Planetário, explicou que o cometa já está em rota de saída daqui e que o evento gerou especulações sem sentido nas redes sociais.
“Nesse momento, o pessoal começou a especular que ele poderia bater na Terra, o que é mentira. É um objeto enigmático e a gente não sabe direito o que ele é. Aí já começa aquela especulação de que é um OVNI, que de repente pode ser uma nave espacial. Então, trouxe toda essa fantasia imaginária”, pontuou.
Segundo o também astrônomo da Urânia Planetário, Emerson Roberto Perez, o 3I/ATLAS passará relativamente perto de outros planetas, principalmente Vênus e Marte, ficando ainda mais próximo deles do que da Terra nos próximos dias.
As previsões indicam que o ponto mais aproximado do nosso planeta ocorrerá em 19 de dezembro, a uma distância segura de 1,8 unidade astronômica, ou seja, quase o dobro da distância entre a Terra e o Sol.
“Infelizmente, não teremos como presente de Natal a possibilidade de ver o cometa a olho nu, apenas com equipamento profissional”, explicou Emerson, citando a grande distância e a baixa luminosidade do corpo celeste.
Vale lembrar que, depois de completar sua passagem pelo Sol, o cometa não retornará mais.
“Ele vai se aproximar um pouquinho mais da Terra nos próximos dias e poderemos ter uma coleta de dados muito importante sobre uma região desconhecida e um objeto desconhecido. A composição dele, a maneira como se comporta e o fato de ter chegado até nós”, disse o astrônomo.
“Eles podem trazer consigo muitas informações, como a questão primitiva da composição química do Sistema Solar ou de outro. Qual é a sua composição química, se realmente carregam água dentro de si, e se isso pode ter impactado, há bilhões de anos, na formação da Terra e no surgimento da vida”, comentou Marcos.
Emerson finaliza dizendo que estudar o cometa pode melhorar o entendimento sobre a origem de outros sistemas planetários.
“Entender a formação do 3I/ATLAS vai permitir compreender a formação de outros sistemas, porque ele vem de uma nuvem de arte de outro sistema planetário. Isso vai ajudar também no entendimento não só dos cometas, mas de todo o sistema planetário”, analisou ele.
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