Entretenimento
Publicado em 29/10/2025, às 08h55 Foto: Reprodução/NASA Fernanda Montanha
O cometa interestelar 3I/ATLAS tem despertado uma enxurrada de teorias nas redes sociais, mas a realidade está longe do que muitos acreditam.
Segundo o MetSul, diversas publicações afirmaram que a NASA teria acionado um “protocolo de defesa planetária” por conta de uma suposta ameaça, mas a informação é completamente falsa. A verdade é que o cometa está sendo apenas monitorado por razões científicas.
A campanha de observação foi organizada pela International Asteroid Warning Network (IAWN), uma rede global de monitoramento recomendada pela ONU. O objetivo é treinar astrônomos e melhorar as medições orbitais de cometas, que são mais difíceis de observar do que asteroides. Nada disso tem relação com qualquer risco de colisão.
Em comunicado oficial, a IAWN deixou claro que o cometa não representa perigo algum. O texto destaca que o 3I/ATLAS oferece uma “excelente oportunidade de estudo devido à sua longa observação da Terra e ao interesse da comunidade científica”.
A campanha, que é a oitava desde 2017, faz parte de exercícios anuais de monitoramento, realizados justamente para aprimorar técnicas de detecção e cálculo de trajetória.
A função da IAWN é coordenar ações de defesa planetária em escala internacional, reunindo cientistas e instituições de vários países. Caso algum objeto realmente perigoso fosse detectado, o grupo serviria como canal oficial de comunicação com governos e órgãos responsáveis por estratégias de mitigação. No entanto, esse não é o caso do 3I/ATLAS, que está a uma distância segura da Terra.
O 3I/ATLAS passará a cerca de 270 milhões de quilômetros do planeta em dezembro, distância equivalente a quase o dobro do espaço entre a Terra e o Sol. Mesmo assim, teorias absurdas sobre uma possível colisão tomaram conta de sites sensacionalistas e perfis de redes sociais.
Outro ponto distorcido é o suposto “silêncio da NASA”. Na verdade, a agência norte-americana vem publicando informações sobre o cometa há meses. A recente pausa em suas comunicações se deve ao shutdown do governo dos Estados Unidos, que suspendeu temporariamente parte dos serviços federais, inclusive os da NASA.
Descoberto em 1º de julho pelo sistema ATLAS, no Chile, o 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar já identificado. Antes dele, apenas ‘Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019) haviam sido registrados. Diferente dos cometas tradicionais, esses corpos celestes vêm de fora do Sistema Solar e seguem trajetórias hiperbólicas — ou seja, não estão presos à gravidade do Sol.
Os astrônomos já determinaram que o 3I/ATLAS veio do espaço profundo e, após atravessar nossa vizinhança cósmica, continuará seu caminho rumo ao infinito.
"A Fazenda 17": enquete UOL revela quem deve escapar na 6ª Roça
Corrida São Silvestre abre inscrições extras nesta quarta; veja como participar