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Publicado em 13/06/2025, às 09h19 Reprodução/ Adobe Stock Bianca Felix
Em uma entrevista concedida ao podcast espanhol “Lo que tú digas”, apresentado por Álex Fidalgo, o psicólogo Rafa Guerrero fez um alerta contundente aos pais: proteger demais as crianças pode ser prejudicial no futuro. Para ele, impedir que os filhos enfrentem dificuldades ou tomem decisões de forma autônoma compromete diretamente seu desenvolvimento emocional e capacidade de tomar decisões na vida adulta.
De acordo com Guerrero, uma criança que cresce em um ambiente superprotetor tende a se tornar um adulto indeciso, incapaz de estabelecer limites e com baixa tolerância à frustração. Esse tipo de criação, segundo ele, não é um ato de amor, mas uma forma de os pais projetarem seus próprios medos e inseguranças na criação dos filhos.
“A superproteção ocorre quando um pai se permite ser guiados por seus próprios medos de infância”, afirma o psicólogo.
Segundo Guerrero, as crianças são naturalmente curiosas e dispostas a experimentar o mundo ao seu redor. Entretanto, quando os adultos não permitem que elas explorem, mesmo em pequenas ações como andar de bicicleta ou servir um copo d’água, estão bloqueando esse impulso essencial.
Para ele, o medo dos pais de que algo possa dar errado acaba impedindo que os filhos desenvolvam autoconfiança e independência. “As crianças não têm medo, elas são curiosas”, ressalta Guerrero.
O psicólogo enfatiza que não é questão de deixar as crianças completamente livres, mas de acompanhá-las com equilíbrio, permitindo que errem e aprendam com as frustrações. Ele defende uma criação que valorize o erro como parte fundamental do aprendizado. “A primeira vez que você pega uma faca, você não faz direito; a primeira vez que você joga boliche, você não consegue”, exemplifica.
Guerrero destaca ainda a importância de validar as emoções das crianças diante dos fracassos e incentivá-las a continuar tentando, em vez de poupá-las das dificuldades.
Outro ponto fundamental abordado pelo psicólogo é a necessidade do amor incondicional na criação. Para ele, os filhos devem ser amados simplesmente por quem são, e não por notas, conquistas ou comportamentos. Isso é essencial para a construção de uma autoestima sólida. “Eu amo meus filhos pelo simples fato de serem meus filhos”, afirma.
Na visão de Rafa Guerrero, superproteger não significa proteger. Pelo contrário, trata-se de um comportamento que pode gerar adultos inseguros, dependentes e emocionalmente frágeis. A mensagem final do especialista é clara: permitir que os filhos enfrentem desafios é uma forma real de prepará-los para a vida.