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Jonga Cunha lança projeto em SP com hits que marcaram gerações

Novo projeto de Jonga Cunha, o Mesa de Axé estreia no dia 10 de outubro em São Paulo (SP) e celebra os clássicos de 40 anos da música baiana  |  Foto: Arquivo pessoal

Publicado em 02/10/2025, às 14h35   Foto: Arquivo pessoal   Marcela Guimarães

A música baiana, um dos grandes patrimônios brasileiros, vive um novo momento e volta a ocupar espaços importantes do showbusiness nacional.

Quem acompanha de perto essa trajetória é o músico, produtor e radialista Jonga Cunha, um dos nomes mais importantes ligados ao axé e ao movimento cultural da Bahia.

Mesa de Axé

No dia 10 de outubro, sexta-feira, às 19h30, estreia o Mesa de Axé no Aragon Amauri, nos Jardins, em São Paulo. O lançamento é um novo formato de celebração musical divulgado pelo produtor.

A proposta é levar para bares, restaurantes, casas de show e festivais a mesma ideia das tradicionais mesas de samba, mas com um repertório que marcou gerações: Timbalada, Banda Eva, Cheiro de Amor, entre outros clássicos dos últimos 30 a 40 anos de axé.

Explosão do axé nos anos 90

Em entrevista ao Bnews São Paulo, analisando a força do movimento baiano, Jonga não deixou de pontuar que o axé foi muito além de um simples estilo musical.

“A produção foi impressionante, né? Se via uma mistura geral de música africana, música americana, o samba, a música daqui, como o Gueto Baiano, uma mistura de todos os ritmos que vinham agregar, como o galope nordestino. Era uma produção muito grande”, relembrou ele.

Na época da década de 90, mais de 30 bandas vendiam mais de 1 milhão de discos por ano. “O axé foi assustador, estrondoso. Foi até o momento em que a revolução digital trouxe o fim das gravadoras, aí veio uma nova frente. Eu considero que já passou [o movimento]. O que a gente vive hoje é o respeito e um cultivo”.

Novos caminhos

Questionado se esse é um novo “ciclo de ouro”, Jonga prefere falar em reinvenção. “O que existe hoje é que, depois do fim da força da Globo e das gravadoras, junto com essa pulverização das plataformas e da revolução digital, não existe mais aquele caminho de: ‘Olha, eu tenho que chegar numa gravadora, eu tenho que tocar no Faustão’, por exemplo. O que eu vejo é um equilíbrio geral, das frentes musicais e das culturas”, disse.

“A música baiana é muito adequada para festa, então isso tinha que voltar a ser considerado. Se você faz uma festa de Carnaval, uma festa de final de ano, uma grande comemoração do seu município ou uma festa de fim de ano da sua empresa, é muito adequado você levar Timbalada, Chiclete [com Banana], Ivete Sangalo, Daniela Mercury. É muito adequado, isso é música baiana”.

Movimento cultural e identidade

Para o produtor, o axé deve ser interpretado como um movimento social e econômico que, de fato, ultrapassou as barreiras musicais.

“A gente deve conversar tentando definir o que foi o axé. Muita gente diz que é um estilo musical, outros falam que é um ritmo, uma música, quando na verdade foi um grande movimento econômico sócio-cultural que varreu o país com o jeito de fazer festa, de dançar e fazer música. Vários estilos que não dá para definir em um só. Isso de ir atrás do trio e fazer camarote e abadá do baiano varreu o país”, comentou.

Em Salvador, naquela época, a música pulsava em todos os guetos, esquinas e barracas de praia, provando sua identidade. “É a cidade fora da África com maior população negra do mundo. A gente vive essa negritude, essa cultura afora, de manhã, de tarde ou de noite”.

Projetos em andamento

Além do Mesa de Axé, Jonga também foca em outros projetos musicais, como o grupo musical MudeideNome e o Ópera-B.

MudeideNome (Foto: Arquivo pessoal)

“O MudeideNome eu faço com meus três queridos amigos, Ricardo Chaves, Magary Lord e Ramon Cruz, uma banda que é o resumo do axé. Nasceu em 2012 com intenção de festejar nossa vida dentro do movimento. Todos os quatro tiveram um protagonismo agudo dentro desses 30 anos de axé e a banda é o resumo de nossas vidas e de tudo que a gente andou. A gente já tem quase 14 anos de estrada com muito sucesso, muita alegria”.

Ópera-Buffa (Foto: Arquivo pessoal)

Outro projeto é o Ópera-Buffa, que leva um nome italiano do século XVIII que significa ‘música alegre’. “Ópera-B, B de Buffa, B de Bahia, B de lado B, é uma loucura, porque a gente fez uma banda com três pessoas no palco. Toda música [que toca], chega uma gravação de um vídeo junto com o áudio de um artista que canta aquela música com a gente. Todas têm um convidado virtual junto, só três pessoas no palco, tudo pré-gravado, som e imagem”.

Futuro da música baiana

Um dos pioneiros do movimento musical, Jonga Cunha acredita que a Bahia continuará tendo seu grande destaque no cenário nacional nos próximos anos.

“Eu acho que a nova música baiana é um pós-axé. A Bahia voltou a ter protagonismo porque a música afrobaiana é muito adequada pra festa. A gente tem hoje o pagotrap, bandas como BaianaSystem, tudo isso é pós-axé. Acho que nos próximos anos isso não vai mudar. Vai continuar muito forte, porque ela é muito forte”.

Classificação Indicativa: Livre


TagsBahiaMúsicaAxé

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