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Publicado em 19/11/2025, às 09h41 Foto: Reprodução/Superman Fernanda Montanha
A participação de Marlon Brando em Superman, lançado em 1978 sob direção de Richard Donner, entrou para a história não apenas pelo peso do nome do ator, mas também pelos desafios enfrentados pela equipe.
Brando recebeu cerca de 3,7 milhões de dólares e uma porcentagem dos lucros brutos por apenas 12 dias de trabalho, um dos maiores cachês da época. O problema é que sua postura nos bastidores rapidamente transformou a produção em um processo exaustivo, prolongando as filmagens em Krypton por semanas além do planejado, segundo o Mix Vale.
Donner e o produtor Ilya Salkind recordam que Brando chegou a sugerir interpretações inusitadas para Jor El, como aparecer na forma de uma “rosquinha verde” ou até de uma “mala falante”. As propostas foram rejeitadas, e o diretor conseguiu convencê lo a manter uma aparência humana para não confundir o público mais jovem.
Conseguir que o ator chegasse ao set exigiu criatividade. Cary Elwes, então adolescente e assistente de produção, ficou encarregado de tirar Brando do trailer todos os dias. Segundo Elwes, a única estratégia realmente eficaz era oferecer comida, especialmente doces, que o ator apreciava. Como resultado, Brando quase sempre aparecia apenas após o almoço, comprometendo a programação das filmagens.
Outro obstáculo surgiu quando Brando se recusou a decorar o roteiro. Ele exigia que suas falas fossem escritas em cartões grandes e coladas no peito dos colegas de cena ou espalhadas pelo cenário.
Para o diretor, essa era a maneira que o ator encontrava para tornar a performance mais espontânea, mas a atitude gerou irritação nos colegas. Christopher Reeve, ainda iniciando sua carreira, chegou a afirmar anos depois que Brando demonstrou completo desinteresse pelo projeto.
A turbulência continuou mesmo após o término das gravações. Dias antes da estreia, Brando entrou com um processo de 50 milhões de dólares contra a Warner Bros. e os produtores Alexander e Ilya Salkind, alegando não ter recebido a porcentagem combinada dos lucros.
O pedido para barrar o lançamento foi negado, porém o ator fechou um acordo milionário posteriormente. O episódio reforçou a fama de Brando como um artista brilhante e ao mesmo tempo imprevisível.
Apesar das polêmicas, as cenas em Krypton, que somam menos de 20 minutos no corte final, são lembradas como um dos momentos mais marcantes do longa. A presença de Brando ajudou a consolidar a ambição do filme, que prometia fazer o público acreditar que um homem poderia voar. Seu material só voltaria a ser reutilizado em 2006, na versão Superman II: The Richard Donner Cut.
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