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Por que crianças na Coreia do Sul estudam mais do que dormem?

A Coreia do Sul é considerada um dos países mais caros para criar filhos; entenda os motivos  |  Os gastos altíssimos em educação no país são incentivados pelo governo. - Foto: Unsplash

Publicado em 17/06/2025, às 07h16   Os gastos altíssimos em educação no país são incentivados pelo governo. - Foto: Unsplash   Camila Lutfi

Crianças da Coreia do Sul são conhecidas por suas longas jornadas de estudos. No entanto, pesquisas apontam que boa parte da educação do país parte de academias privadas com cursos extracurriculares, chamadas de hagwon, que ensinam inglês, matemática, ou ajudam a se preparar para uma espécie de vestibular.

Devido a essas academias de ensino e outros altos custos de educação, a Coreia do Sul é considerada um dos países mais caros para criar filhos. Nesse cenário, a educação se torna uma compra de luxo e é possível observar uma queda na natalidade, em níveis baixíssimos. A apuração dos dados foi realizada pelo portal Xataka.

Informações publicadas pelo jornal sul-coreano Chosun Ilbo indicam que criar um filho até os 18 anos no país tem um custo equivalente a 7,79 vezes o PIB per capita, o que seria equivalente a cerca de 365 milhões de wons sul-coreanos. Em seguida aparece a China (6,9), Alemanha (3,6) e França (2,2).

Em 2022, por exemplo, os sul-coreanos gastaram quase R$ 115 bilhões em cursos privados para seus filhos, o equivalente a mais de R$ 2,3 mil por criança mensalmente. O The Korea Times chegou a indicar, no ano passado, que as famílias acabavam destinando mais recursos às aulas do que a outros gastos essenciais, como alimentação ou moradia.

Além disso, o Chosun Ilbo mostrou que famílias com situação econômica mais confortável gastam 1,14 milhão de wons por mês — o equivalente a R$ 4.822 — em média com aulas particulares para crianças entre 13 e 18 anos. Para fins de comparação, o custo médio com alimentação é de 636 mil wons (R$ 2.600) e com moradia é de 539 mil wons (R$ 2.205). Ainda assim, famílias com menor condição financeira também buscam pela educação extracurricular de seus filhos.

Os gastos altíssimos em educação na Coreia do Sul são incentivados pelo governo, que possui um planejamento de aumentar a cota de admissão de cidadãos nas escolas de medicina.

Estudos por mais tempo do que o sono

Um relatório do Instituto Coreano de Cuidado e Educação Infantil, publicado em 2017, indicava que 35,5% das crianças de dois anos e 83,6% das de cinco anos frequentavam academias privadas.

Além disso, crianças de dois anos participavam de 2,6 sessões por semana, com uma média de 47,6 minutos por aula e as de cinco anos frequentavam 5,2 sessões, cada uma com duração de cerca de 50 minutos. A rotina aplicada desde a pré-escola tem um foco principal: a entrada em universidades. 

Na Coreia do Sul, o ensino superior tem altas chances de garantir um bom emprego, o que faz as academias privadas serem vistas como essenciais para "ter sucesso". 

Classificação Indicativa: Livre


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