Você sabia? O vulcão mais antigo do mundo está escondido na Amazônia

Localizado na região de Uatumã, no sul do Pará, o Vulcão Amazonas está extinto há bilhões de anos, mas suas formações rochosas ainda guardam registros da história geológica da Terra. A estrutura vulcânica, que chegou a atingir 400 metros de altura durante erupções no passado, tem cerca de 22 quilômetros de diâmetro.

A presença de um vulcão na Floresta Amazônica pode parecer improvável, mas pesquisas recentes revelam que a região já foi cenário de intensa atividade vulcânica há cerca de dois bilhões de anos. 

Estudos do Instituto de Geociências da Unicamp mostram que a Amazônia foi palco de ao menos três grandes ciclos de vulcanismo, ocorridos há 2 bilhões, 1,88 bilhão e 1,78 bilhão de anos, durante o período conhecido como Paleoproterozoico.

Esse passado começou a ser revelado graças ao trabalho de geólogos brasileiros. De acordo com o professor Caetano Juliani, do Instituto de Geociências da USP, o vulcanismo amazônico foi causado pela colisão de placas tectônicas, quando uma placa oceânica desliza por baixo de uma continental, gerando calor e magma no interior da crosta terrestre. 

A riqueza mineral da Amazônia, aliás, também está ligada a esse passado vulcânico. Regiões como a Província Mineral de Alta Floresta, que se estende entre os estados do Pará e Mato Grosso, apresentam vestígios de antigas caldeiras vulcânicas, como demonstrou uma pesquisa liderada pelo geólogo André Kunifoshita, da Unicamp. 

A pesquisa na região amazônica, no entanto, ainda enfrenta muitos desafios, especialmente logísticos. "Por causa da dificuldade de acesso, pouca gente se interessa em fazer pesquisa como essa na região", observa Carlos Marcello Dias Fernandes, geólogo da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Apesar de extinto, o Vulcão Amazonas continua sendo um marco para a ciência brasileira. Mais do que um santuário ecológico, a Amazônia é também um arquivo geológico que guarda capítulos fundamentais da história do planeta.

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