Entretenimento

Descoberta a cratera mais antiga da Terra; e ela reescreve nossa história em 3,5 bi de anos

Foto: Chris Kirkland/Reprodução
Cratera encontrada em Pilbara é a mais antiga já identificada  |   BNews SP - Divulgação Foto: Chris Kirkland/Reprodução

Publicado em 14/05/2025, às 12h46   Isabela Fernandes



Pesquisadores da Curtin University, na Austrália, anunciaram a descoberta da cratera de impacto de meteorito mais antiga conhecida na Terra, localizada na região de Pilbara, na Austrália Ocidental. A formação há 3,5 bilhões de anos e supera a idade da cratera mais antiga conhecida até então por mais de 1 bilhão de anos.

A cratera foi identificada em uma área remota e pouco estudada, onde os cientistas já suspeitavam que poderia haver evidências de um antigo impacto. 

Em uma expedição iniciada em 2021, os pesquisadores Tim Johnson, Chris Kirkland e Jonas Kaempf, começaram a investigar um conjunto de rochas conhecido como Antarctic Creek Member, uma camada fina de rochas sedimentares situada entre espessas formações de lava basáltica. 

O local chamou a atenção por conter esférulas, pequenas gotículas formadas pela fusão de rochas após um impacto de meteorito.

A grande virada veio quando, durante a exploração a pé, os cientistas encontraram cones de fragmentação, estruturas que se formam exclusivamente em eventos de impacto de alta energia e são visíveis a olho nu. 

Esses cones foram encontrados espalhados por grandes áreas, confirmando que os pesquisadores estavam de fato pisando na borda de uma cratera de impacto gigantesca e extremamente antiga.

Testes laboratoriais posteriores revelaram que as rochas associadas aos cones tinham a mesma idade que o Antarctic Creek Member, datando de cerca de 3,5 bilhões de anos. Essa confirmação foi essencial para declarar que se tratava da mais antiga cratera de impacto identificada no planeta.

Além da importância geológica, a descoberta reforça uma teoria alternativa sobre a formação dos primeiros continentes. Em vez de se formarem apenas por processos internos da Terra, como o movimento de placas tectônicas ou a ascensão de material quente do manto, os pesquisadores sugerem que impactos de grandes meteoritos teriam fornecido a energia necessária para iniciar a formação da crosta continental.

Para comprovar essa ideia, o time já havia analisado anteriormente minúsculos cristais de zircão, que mostravam sinais de terem sido afetados por calor extremo, como o de um impacto. Mas a descoberta da cratera foi a prova visual que faltava.

A região onde a cratera foi encontrada é considerada um dos lugares mais antigos da crosta terrestre ainda preservados. Poucos cientistas haviam explorado essa parte de Pilbara com esse nível de detalhe. Segundo os pesquisadores, além dos povos originários da área, como o povo Nyamal, é possível que ninguém tenha visto essas formações desde a sua origem.

Agora, os cientistas acreditam que outras crateras ainda não descobertas podem estar escondidas nos "blocos" antigos dos continentes modernos. Estudá-las pode ajudar a entender não apenas como surgiram os primeiros continentes, mas também o papel dos impactos cósmicos na história do planeta, e talvez até na origem da vida.

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp