Polícia
Publicado em 14/11/2025, às 17h46 Foto: Reprodução Marcela Guimarães
O sequestro e assassinato de Eloá Pimentel, em 2008, voltou a repercutir após a chegada do documentário “Caso Eloá: Refém ao Vivo” ao catálogo da Netflix na quarta-feira (12).
Dirigida por Cris Ghattas, a produção dá mais detalhes sobre a tragédia com uma nova perspectiva, reunindo depoimentos inéditos do irmão da vítima, Douglas Pimentel, e da amiga Grazieli Oliveira, que falam publicamente sobre o trauma pela primeira vez.
Um dos pontos mais polêmicos do caso é a quantidade de entrevistas concedidas por Lindemberg Alves enquanto mantinha Eloá e Nayara, amiga da vítima, em cárcere privado. Ambas tinham 15 anos na época.
A primeira conversa ao vivo ocorreu logo após a liberação temporária de Nayara, quando o repórter Luiz Guerra, da RedeTV!, conseguiu falar diretamente com o sequestrador.
Na ligação, Lindemberg fez ameaças explícitas sobre uma possível ação policial. “‘Tô com um saco cheio de bala e, se alguém se aproximar, eu vou atirar”, disse ele.
Horas depois, a tensão aumentou ainda mais quando a apresentadora Sonia Abrão também entrou em contato com ele durante o programa “A Tarde é Sua”.
De acordo com o Ministério Público, essa intervenção da jornalista interferiu negativamente nas negociações conduzidas pela Polícia Militar, que acreditava estar próxima de um fim.
No ar, Sonia insistiu para que Lindemberg desistisse. “Todo mundo aqui fora está entendendo que você não é um bandido, não é um marginal, não é um assassino. Que você sempre foi um cara bom”, dizia ela em ligação.
Em uma de suas respostas, ele expôs sua versão sobre o motivo do crime. “Eu só queria acertar as coisas com ela”, declarou. Ele, que tinha 22 anos, também descreveu como pretendia libertar a adolescente.
“Quando for soltar a Eloá, ninguém vai ficar sabendo. Ela vai descer com os dois revólveres e eu com a munição”, disse durante o programa.
Assista ao trailer do documentário “Caso Eloá: Refém ao Vivo”, disponível na Netflix:
Caso Eloá: Lindemberg Alves fez curso em Tremembé e teve pena reduzida
Caso Eloá: por que Nayara recusou convite da Netflix para falar no documentário?