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Caso Ultrafarma: Justiça bloqueia patrimônio bilionário de envolvidos em esquema fiscal

A Justiça de São Paulo determina bloqueio de bens de Sidney Oliveira e associados em esquema de corrupção e sonegação fiscal.  |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 14/08/2025, às 08h39   Foto: Reprodução/Redes Sociais   Fernanda Montanha

A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio e sequestro de bens de integrantes do suposto esquema de corrupção e sonegação fiscal que resultou na prisão do dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira. Entre os bens estão 25 imóveis, 31 veículos — incluindo um Porsche — e empresas com capital superior a bilhões de reais, de acordo com o portal Metrópoles.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) aponta que esses ativos pertencem a pessoas ligadas ao auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, preso na terça-feira (12/8) durante a Operação Ícaro. O fiscal é acusado de operar a fraude envolvendo créditos de ICMS e teria recebido cerca de R$ 1 bilhão em propina.

O patrimônio acumulado chamou atenção pela magnitude e complexidade do esquema.

Como funcionava o esquema

De acordo com o MPSP, Artur Gomes utilizava o nome da mãe, a professora aposentada Kimio Mizukami da Silva, e uma empresa em nome dela, a Smart Tax Consultoria, para lavar dinheiro do esquema. Só nessa empresa, foram encontrados 12 imóveis e um veículo Audi. Outros bens da mãe do fiscal incluíam três veículos e dois imóveis.

O crescimento patrimonial da aposentada foi classificado pelos promotores como “absurdo”: seus bens declarados saltaram de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2023, evidenciando participação na lavagem de dinheiro.

A investigação mostra que o esquema girava em torno de créditos de ICMS retidos ou pagos antecipadamente, com Artur Gomes atuando tanto como fiscal quanto como consultor de fachada. Ele orientava empresas sobre documentação e acelerava ressarcimentos, permitindo a venda dos créditos a terceiros, em troca de propina.

Empresas e veículos bloqueados

A medida judicial afetou 13 empresas, incluindo a Soil Green Holding e a Setor Invest, com apartamentos e carros de luxo sequestrados. Entre os veículos estão BYD, Volvo, Porsche Cayenne e Land Rover, avaliados em até R$ 1 milhão.

Outros nomes citados no esquema incluem Celso Eder Gonzaga, que teria ajudado na dispersão de recursos, e a empresa Dac Meio de Pagamento, da qual a mãe de Artur é sócia, com capital declarado de R$ 3,4 bilhões.

Além da Ultrafarma, as redes varejistas Fast Shop, Oxxo e Kalunga aparecem como potenciais envolvidas. A Fast Shop informou que “está colaborando com as autoridades e ainda não teve acesso completo à investigação”.

Pacotes de dinheiro foram encontrados na residência de Artur Gomes, confirmando o enriquecimento ilícito.

Segundo o promotor João Ricupero, do Gaeco, Artur conseguia ressarcimentos muito superiores ao valor apurado pelas empresas, garantindo vantagens financeiras bilionárias.

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