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Criminalidade cai na Paulista, mas dispara nos bairros vizinhos; veja o que mudou

Segurança aumenta na Paulista, mas crimes migram para ruas próximas. Especialistas criticam estratégia e falam em ação com foco midiático.  |  Reprodução/ Freepik

Publicado em 03/07/2025, às 10h53   Reprodução/ Freepik   Gabriela Teodoro Cruz

A operação Paulista Mais Segura, iniciada em março de 2025, trouxe resultados imediatos para a segurança da Avenida Paulista. Houve uma redução de 31% nos registros de roubos e furtos no primeiro mês da ação, em comparação ao mesmo período de 2024. No mês seguinte, os números se mantiveram estáveis.

No entanto, essa melhoria pontual teve efeito colateral: bairros e vias próximas, como a Rua Augusta e a Avenida Nove de Julho, registraram aumento de ocorrências, indicando possível migração dos crimes.

Reforço visível e concentrado

A prefeitura mobilizou 376 agentes da Guarda Civil Metropolitana e instalou 52 câmeras de segurança com reconhecimento facial ao longo de 18 quarteirões da Paulista. A Polícia Militar também ampliou a presença na região, com viaturas fixas espalhadas por toda a avenida.

O resultado é uma forte presença visual de agentes, o que trouxe sensação de segurança, mas não necessariamente prevenção eficaz a longo prazo.

Especialistas criticam estratégia

Embora o reforço traga alívio imediato, especialistas em segurança pública veem limitações. Em entrevista para O Globo, o coronel reformado da PM, José Vicente Filho, classifica a ação como "policiamento de vitrine", por priorizar a visibilidade em vez da efetividade.

“O policiamento ostensivo precisa ser móvel. Viaturas fixas perdem a capacidade de surpreender o criminoso”, afirma o coronel.

Para o professor Rafael Alcadipani, da FGV, a operação tem mais viés político do que técnico. “Quando se concentra a força em uma única área, o crime migra para locais com menor vigilância”, explica.  

Comerciantes e moradores reconhecem a mudança na Paulista, mas cobram ação mais ampla. “Os criminosos só mudam de lugar. A segurança precisa alcançar as ruas vizinhas”, diz Guilherme Lima, de 27 anos, dono de uma banca de jornal.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou que o posicionamento das equipes é constantemente reavaliado. Já a Secretaria Estadual de Segurança Pública declarou que as bases e viaturas estão posicionadas em “pontos estratégicos”.

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