Polícia
Publicado em 03/11/2025, às 18h29 Foto: Unsplash Redação BNews São Paulo
Em artigo publicado na Veja, o colunista Murillo de Aragão aponta para uma lacuna persistente na atuação estatal em áreas dominadas por facções e milícias. Nesses locais, a presença do Estado se limita a “expedições” pontuais, sem continuidade ou institucionalização regular.
Segundo a coluna, diferentes operações policiais, como a recente no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, evidenciam dois cenários distintos: de um lado, o massacre em um presídio em São Paulo; do outro, o confronto com grupos fortemente armados no Rio.
O ponto comum entre eles, destaca Aragão, é que não há ocupação territorial pacífica nas áreas sob domínio do crime. “Há zonas a que o Estado chega apenas em ‘expedições’”, escreve o colunista, alertando que essas incursões não substituem a normalidade institucional.
A omissão estatal também se manifesta no jogo de empurra entre as esferas de governo. Estados atribuem os problemas ao “narcoterrorismo” e cobram ações da União, enquanto o governo federal exige planejamento e integração.
Neste vácuo institucional, quem de fato exerce o poder nas comunidades são as facções e milícias.
Aragão observa que o crime organizado no Brasil evoluiu para uma economia subterrânea, que ultrapassa a violência armada tradicional. A rede inclui lavagem de dinheiro, contrabando e comércio ilegal de combustíveis e cigarros falsificados.
“A fusão entre fuzil e planilha, milícia e sistema financeiro ilegal prospera à sombra de um país paralisado.” — Murillo de Aragão
O autor conclui que, enquanto o Estado não enfrentar a estrutura econômica que sustenta o crime, qualquer avanço policial será apenas episódico e não resultará em segurança duradoura.