Polícia
Publicado em 14/10/2025, às 09h59 Foto: Reprodução/Divulgação Fernanda Montanha
A Reag Investimentos, uma das maiores administradoras de recursos do país, foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por suposta participação na estruturação de fundos e empresas usadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
A denúncia, apresentada pelo Gaeco e divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, surgiu a partir da Operação Carbono Oculto, que investigou esquemas complexos com o objetivo de dificultar a identificação dos verdadeiros donos dos ativos.
Segundo o Gaeco, a Reag, a Altinvest e pessoas ligadas às gestoras teriam intermediado operações financeiras de valores superiores a R$ 50 milhões. Essas gestoras representavam legalmente fundos e empresas controladas por integrantes do PCC, permitindo a movimentação de recursos ilícitos dentro do sistema financeiro formal.
Entre os casos citados, a Reag aparece como administradora de fundos utilizados na compra da Usina Itajobi, em Catanduva (SP). O fundo Mabruk II, gerido pela gestora, recebeu recursos de Mohamad Houssein Mourad, conhecido como Primo, apontado como operador financeiro do PCC.
O documento do Gaeco descreve Mourad como epicentro das operações, que incluíam familiares, sócios e empresas de fachada em setores como etanol, combustíveis e logística. Mourad está foragido desde a decretação de sua prisão.
A defesa de Mourad negou qualquer envolvimento ilícito, afirmando que ele tem sido alvo de conjecturas injustas e que não existem indícios de ligação com atividades criminosas.
Walter Martins Ferreira III, Ramon Dantas e Silvano Gersztel, executivos da Reag, aparecem na denúncia por participação em operações suspeitas. Ferreira III atuou como diretor de compliance e foi responsável por funções administrativas na Usina Itajobi.
Dantas e Gersztel assinaram documentos que teriam sido essenciais para viabilizar fundos ligados ao grupo Mourad, segundo o Gaeco.
A Reag rebate as acusações, afirmando que todas as atividades seguem a legislação vigente e que seus diretores atuaram apenas como representantes legais dos fundos.
Investigações apontam que a Reag e seus sócios também estão ligados à RPN Partners Participações, holding que compartilha endereço com outras sete empresas associadas a Mourad.
O compartilhamento de endereços fazia parte de uma estratégia para simular operações e facilitar a lavagem de capitais, segundo o Ministério Público.
A Altinvest também é citada, com o sócio Rogério Garcia Peres relacionado à Rede Sol Fuel. A gestora negou qualquer associação com o crime organizado, afirmando que todas as operações de Peres foram legais e declaradas, e que ele colaborou integralmente com as autoridades competentes.
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