Polícia
Publicado em 06/12/2025, às 10h00 Foto: Reprodução Marcela Guimarães
A morte de uma idosa de 78 anos, após passar por um procedimento estético em Santa Isabel (SP), causou uma investigação que levou à prisão do responsável pelo atendimento.
Segundo a Polícia Civil, o homem, que atuava sob o nome comercial de Pietro Rodrigues, mas se chama Jonatas Davi Rodrigues, de 31 anos, não possuía autorização para exercer a função de biomédico.
Maria Ribeiro Baptista fez a intervenção estética no dia 25 de novembro, sem comunicar familiares que seguiria com o agendamento.
Um dia antes, uma das filhas chegou a ver, no celular da mãe, a confirmação do serviço na clínica de Pietro e pediu para que ela esperasse antes de seguir, sugerindo consultar a outra filha, que é médica. Assim, Maria disse que cancelaria.
No próprio dia 25, porém, ela desmarcou um compromisso com o filho e reapareceu horas depois com hematomas no rosto, quando alegou ter batido o rosto em um pilar.
O filho achou o comportamento estranho e avisou a irmã, que suspeitou imediatamente de um procedimento estético. No dia seguinte, Maria admitiu ter feito a intervenção e contou que recebeu dois medicamentos: um corticoide e outro para dor.
Cerca de dois dias após o procedimento, a idosa passou a sentir fortes dores no estômago e episódios de vômito. Uma das filhas a socorreu e a levou até a UPA de Santa Isabel.
Maria chegou em parada cardiorrespiratória e, apesar das tentativas de reanimação, faleceu. A causa da morte ainda não foi divulgada.
A família registrou boletim de ocorrência após o óbito. Inicialmente classificado como morte suspeita, o caso avançou para um possível homicídio doloso por conta das descobertas da investigação, segundo a UOL.
De acordo com a delegada Regina Campanelli, Pietro afirmou que Maria havia procurado sua clínica para fazer um “preenchimento de marionete”, técnica que usa injeções de substâncias para suavizar marcas que descem dos cantos da boca ao queixo. A idosa pagou R$ 1.500.
Os investigadores, porém, encontraram nas conversas de agendamento indícios de que o serviço contratado se referia à inserção de fios na pele, mas sem especificações técnicas. A polícia acredita que ácido hialurônico pode ter sido aplicado, mas o laudo pericial ainda é aguardado.
Apesar de se apresentar nas redes sociais como biomédico (no Instagram pessoal consta “biomédico” e, no perfil da clínica, “biomedicina”), Pietro não é registrado no Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região. Segundo a delegada, ele não poderia receitar medicamentos ou realizar procedimentos da área.
O Conselho Regional confirmou que ele não possui inscrição e destacou que, para atuar em biomedicina estética, é obrigatória uma habilitação específica e um registro ativo.
A Justiça de São Paulo emitiu mandado de prisão temporária, válido por 30 dias, após pedido da Polícia Civil. A clínica onde o procedimento foi realizado não possui alvará sanitário ou qualquer licença técnica.
Na tarde da última sexta-feira (5), policiais cumpriram mandados de busca e apreensão tanto na clínica quanto na residência do suspeito. Ele não foi localizado no momento das buscas, mas acabou se entregando horas depois na delegacia.
No local, foram apreendidos produtos, medicamentos e equipamentos usados nos atendimentos. O próximo passo da investigação é rastrear como ele conseguia adquirir esses itens, já que sua compra exige registro profissional.
Morte em academia: entenda a ‘pegada suicida’ e o impacto da barra no tórax
Quem é o influenciador “Calvo do Campari”, acusado de violência doméstica