Polícia
Publicado em 02/10/2025, às 15h42 Foto: Freepik Marcela Guimarães
Uma polêmica recente fez com que surgisse um alerta entre jovens brasileiras, principalmente na faixa dos 18 aos 22 anos.
Influenciadoras digitais, algumas com milhões de seguidores, promoveram a Alabuga Start, empresa atualmente investigada pela Interpol por suspeita de tráfico humano.
No Brasil, a propaganda era conhecida por “Start Program”, mas direcionava para o mesmo site da instituição citada nos meios internacionais.
A empresa já havia sido denunciada em reportagens por ter práticas semelhantes no recrutamento de jovens africanas.
De acordo com a Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC), mulheres que aceitaram participar relataram jornadas exaustivas, vigilância constante e problemas de saúde por conta do contato com produtos químicos.
As investigações mostram que o suposto programa de intercâmbio oferecia cursos e crescimento profissional na Rússia.
Entretanto, ao chegarem lá, as participantes eram forçadas a produzir armas e montar drones militares usados na guerra da Ucrânia, segundo a Associated Press. Outras mulheres envolvidas relataram que faziam faxina e serviços de buffet.
O caso ganhou visibilidade após denúncias dos influenciadores Guga Figueiredo e Jordana Vucetic.
O primeiro expôs em vídeo a participação da cantora MC Thammy em anúncios envolvendo a empresa.
Ele também mostrou publicações de outras criadoras de conteúdo, como Catherine Bascoy, Aila Loures e Isabela Duarte.
Os vídeos foram divulgados no Instagram e no TikTok, mas acabaram sendo apagados após o assunto viralizar. O perfil oficial da empresa nas redes também saiu do ar.
As promessas divulgadas envolviam um salário de cerca de 670 dólares (R$ 3,5 mil), passagens aéreas, hospedagem, seguro médico, aulas de russo e documentação de imigração custeada pela empresa.
O suposto contrato teria duração de dois anos, com vagas em áreas como hospitalidade, alimentação, logística e produção.
Segundo o site oficial, a empresa estaria localizada no Tartaristão, região da Rússia conhecida por fabricar drones militares para o exército do país, segundo o Moscow Times.
A fraude ganhou repercussão internacional ainda em 2024, quando surgiram denúncias de mulheres vindas de países africanos como Uganda, Ruanda, Sudão do Sul, Nigéria e Serra Leoa, além de Sri Lanka.
Assim como no Brasil, o público-alvo do esquema criminoso era formado por jovens entre 18 e 22 anos. Até o momento, não há nenhuma informação que confirme a atuação legal da empresa em questão por aqui.
Décimo terceiro salário de 2025 tem calendário definido; veja as datas
Mulher que sofreu racismo na Drogasil recebeu indenização — saiba o valor