Política

Alckmin sobre tarifaço dos EUA: “Se depender de nós, acaba amanhã”

Alckmin afirma que Brasil quer acordo rápido para reduzir tarifas dos EUA e anuncia novas linhas de crédito para empresas afetadas.  |  Reprodução/ G1

Publicado em 24/08/2025, às 09h46   Reprodução/ G1   Gabriela Teodoro Cruz

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou neste sábado (23/8), em São Paulo, que o governo brasileiro está empenhado em encerrar as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos aos produtos nacionais. “Se depender de nós, acaba amanhã”, disse Alckmin, durante agenda na concessionária Brasilwagen, na capital paulista.

A declaração faz referência às sobretaxas aplicadas pelos EUA sobre itens brasileiros, medida que reacendeu tensão comercial entre os dois países.

Avanços nas negociações e setores beneficiados

Segundo Alckmin, as conversas com Washington avançaram nos últimos dias. Ele destacou a decisão do Departamento de Comércio norte-americano, anunciada na quarta-feira (20/8), de aliviar tarifas sobre exportações derivadas do aço e do alumínio, que haviam sido enquadradas na Seção 232 do Ato de Expansão Comercial.

“Isso ajuda na competitividade de tudo o que tem aço e alumínio: máquinas, retroescavadeiras, motocicletas, produtos industriais”, afirmou o vice-presidente.

Contrapartidas e possíveis concessões

Questionado sobre contrapartidas do Brasil, Alckmin não descartou reduzir a tarifa de importação do etanol americano. Ele também citou a liberação de créditos de descarbonização para empresas norte-americanas como outra possibilidade.

“Estamos conversando sobre minerais estratégicos, biocombustíveis e outros pontos que podem compor esse entendimento”, explicou.

Tarifas brasileiras são baixas, diz Alckmin

O ministro fez questão de reforçar que as barreiras tarifárias no Brasil para produtos dos EUA já são significativamente menores que as aplicadas contra exportações brasileiras.

“A tarifa média do Brasil para os Estados Unidos entrarem aqui é de 2,7%. Não é 50%, nem 40%, nem 30%. É 2,7%. Dos dez produtos que os Estados Unidos mais exportam para nós, em oito a tarifa é zero”, afirmou.

Para ele, “sempre há espaço para buscar um entendimento” e minimizar a escalada protecionista.

Crédito para empresas afetadas

Durante o evento, Alckmin também anunciou reforço no crédito às empresas impactadas pelo tarifaço. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 10 bilhões em linhas adicionais, além dos R$ 30 bilhões já anunciados pelo governo na semana passada.

Impacto do tarifaço é limitado, diz Alckmin

Ontem, em um encontro do Partido dos Trabalhadores (PT), Alckmin minimizou o peso das tarifas na balança comercial brasileira. Ele afirmou que apenas 3,3% das exportações nacionais são atingidas pelas medidas impostas pelo governo Trump.

Segundo o vice-presidente, os efeitos são mais relevantes em setores específicos da indústria de manufatura, como máquinas, calçados e têxteis. “Realocar os mercados desses produtos demora um pouco mais, mas o Brasil vai superar essa crise comercial”, disse.

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