Política
Publicado em 20/06/2025, às 07h50 Foto: Reprodução/Paulo Pinto/Agência Brasil Fernanda Montanha
Enquanto muitos esperavam que ele participasse da tradicional caminhada com evangélicos, a Marcha para Jesus, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu passar a quinta-feira (19) em Goiás, acompanhado por seus principais apoiadores. Essa visita marca seu primeiro compromisso oficial no estado desde o fim das últimas eleições municipais.
Bolsonaro dedicou a viagem a encontros com figuras do PL e outros aliados locais, além de abrir espaço para uma conversa reservada com o governador Ronaldo Caiado (União). O gesto reforça o interesse do ex-presidente em fortalecer laços regionais e costurar novos acordos políticos.
Nos bastidores, a movimentação em Goiás tem um objetivo estratégico claro: garantir uma base sólida para as disputas eleitorais que virão, especialmente as que envolvem o Senado em 2026. Segundo interlocutores próximos, Bolsonaro já deixou claro que quer ampliar o número de senadores que façam oposição ao governo federal, priorizando nomes que possam pressionar ministros do Supremo Tribunal Federal e até pavimentar um eventual impeachment.
A construção dessas alianças, no entanto, vai além do PL. Há conversas em andamento com o União Brasil e também com o MDB, partido do vice-governador Daniel Vilela. O ex-presidente parece disposto a apoiar candidaturas que reforcem a frente contra o atual governo, mesmo que esses nomes não pertençam diretamente à sua legenda.
Esse pragmatismo eleitoral, no entanto, causa insatisfação entre apoiadores mais fiéis a Bolsonaro. Parlamentares que sempre estiveram ao seu lado, como o deputado Gustavo Gayer (PL) e o vereador Major Victor Hugo (PL), enxergam essas aproximações com outros partidos como um sinal de desvalorização da base bolsonarista tradicional.
Ainda assim, a estratégia parece bem definida. Ao ampliar o diálogo com outras siglas e fortalecer a relação com Ronaldo Caiado, Bolsonaro busca garantir que o campo conservador tenha força suficiente para influenciar decisões no Congresso e, se possível, aumentar a pressão contra o Supremo Tribunal Federal. O caminho traçado nos bastidores dá pistas de que a prioridade do ex-presidente vai além da lealdade partidária: trata-se, acima de tudo, de ampliar a capacidade de manobra da oposição em âmbito nacional.
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