Política

Marcha para Exu leva multidão à Avenida Paulista em SP: ‘Nunca foi sorte, sempre foi macumba’

A Marcha para Exu simboliza a união de fé, cultura e solidariedade, transformando a Avenida Paulista em um espaço de resistência.  |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 18/08/2025, às 08h13   Foto: Reprodução/Redes Sociais   Fernanda Montanha

Neste domingo (17), a Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco da 3ª edição da Marcha para Exu, que reuniu uma multidão em celebração às religiões de matriz africana. O tema escolhido, “Nunca foi sorte, sempre foi macumba”, reforçou a valorização das tradições ancestrais e a luta contra os estigmas que cercam essas práticas.

Exu, orixá conhecido como guardião dos caminhos, da comunicação e da energia vital, foi o centro da homenagem. O evento contou com a presença de líderes religiosos, praticantes e simpatizantes, além de arrecadar centenas de quilos de alimentos destinados a instituições de caridade.

Mais que uma manifestação religiosa, a marcha representou um ato cultural e político, reafirmando o candomblé, a umbanda e outras tradições afro-brasileiras como expressões fundamentais da identidade nacional.

Identidade, resistência e combate ao preconceito

Um dos principais objetivos da mobilização foi desconstruir a associação equivocada de Exu com o demônio, ideia que ainda perpetua preconceitos e discriminação. Ao ocupar o espaço público mais emblemático da cidade, os participantes reforçaram a mensagem de respeito, diversidade e liberdade religiosa.

A marcha também buscou mostrar que essas tradições não são apenas práticas espirituais, mas patrimônios vivos da cultura brasileira, transmitidos de geração em geração.

Crescimento das religiões de matriz africana

De acordo com o Censo do IBGE, a adesão às religiões de matriz africana vem crescendo no Brasil. Em 2010, apenas 0,3% da população se declarava seguidora de umbanda, candomblé ou práticas semelhantes. Já em 2022, esse número chegou a 1%.

Esse avanço demonstra não apenas a maior visibilidade social dessas tradições, mas também uma crescente valorização de suas contribuições culturais e espirituais. Nesse contexto, a Marcha para Exu surge como um símbolo de resistência e afirmação identitária.

Em sua terceira edição, o ato mostrou que fé, cultura e solidariedade caminham juntas, transformando a Avenida Paulista em um espaço de celebração, resistência e fortalecimento da diversidade religiosa no Brasil.

Classificação Indicativa: Livre


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