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Nelson Wilians nega envolvimento em fraude do INSS e critica exposição de dados

O advogado foi citado como possível responsável por movimentação de R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas, como parte da fraude do INSS.  |  Os pagamentos teriam sido feitos ao empresário Maurício Camisotti, também investigado pela PF. - Foto: Reprodução BNews

Publicado em 29/05/2025, às 14h07   Os pagamentos teriam sido feitos ao empresário Maurício Camisotti, também investigado pela PF. - Foto: Reprodução BNews   Camila Lutfi

Investigado como parte das fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o advogado Nelson Wilians comentou, pela primeira vez, a citação de seu nome na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF).

Em entrevista exclusiva ao BNEWS, afirmou que não há qualquer investigação formal contra ele. Wilians foi citado como possível responsável por movimentação de R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

De acordo com o texto, os pagamentos teriam sido feitos ao empresário Maurício Camisotti, investigado na fraude do INSS, que praticou descontos indevidos em salários de aposentados.

“Pegaram meu RIF [Relatório de Inteligência Financeira], que é apenas um relatório de movimentação financeira, e divulgaram como se houvesse algo ilegal. Ali está a movimentação de mais de 20 mil clientes, não é dinheiro do Nelson, é do escritório. O próprio inquérito mostra que não há investigação contra mim”, disse ao BNEWS.

Wilians também criticou a exposição indevida de dados sensíveis. “Lamento apenas pela exposição de informações de pessoas que nada têm a ver com isso. É algo que não deveria acontecer”, pontuou.

Apesar da repercussão, o advogado fez questão de elogiar a atuação atual da PF, destacando avanços na condução de operações. “Melhoramos muito. Na época da Lava Jato, aquilo sim foi um espetáculo deprimente. Hoje não vemos mais isso”, avaliou.

Relembre a investigação da fraude do INSS

Uma operação da PF revelou que entidades sindicais cadastravam aposentados como filiados sem autorização e, com isso, realizavam descontos mensais dos seus benefícios. O golpe pode ter atingido mais de 4 milhões de pessoas e causado prejuízos que chegam a R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.

De acordo com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, os responsáveis pelas fraudes ofereciam propina a servidores do INSS em troca de acesso ilegal aos dados dos aposentados.  

Em alguns casos, aposentados foram registrados em mais de uma entidade no mesmo dia. Também foram identificados procedimentos suspeitos de liberação de descontos em lotes do INSS, sem confirmação individual dos filiados.

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