Política
Publicado em 09/09/2025, às 19h01 Reprodução/ Câmera dos Deputados Caroline Leal
A presença de uma bandeira gigante dos Estados Unidos durante o ato do 7 de Setembro, na Avenida Paulista, continua gerando debates dentro da própria direita.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se manifestou nesta segunda-feira (8) sobre o episódio. Segundo ele, “tudo tem limite”, mas ao menos se tratava da bandeira de “um país democrático”.
O gesto foi visto como inadequado por organizadores da manifestação, que ocorreu em defesa da anistia aos condenados do 8 de Janeiro e reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A data, marcada como Dia da Independência do Brasil, trouxe questionamentos sobre a presença de símbolos estrangeiros.
De acordo com o Metrópoles, o pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro, afirmou que o uso da bandeira dos Estados Unidos não será mais permitido em eventos futuros. Para ele, o bandeirão destoou do tom patriótico do ato.
O episódio também chamou atenção pelo contexto internacional: recentemente, o governo de Donald Trump anunciou um tarifaço contra o Brasil, medida que fragilizou a relação comercial entre os dois países.
Nos bastidores, lideranças próximas a Bolsonaro avaliam que a cena abriu margem para críticas e pode desgastar a imagem pública da direita.
Em público, porém, a maioria dos aliados optou por minimizar o ocorrido.
Nikolas Ferreira buscou se diferenciar da esquerda, afirmando que a situação é distinta de manifestações em que aparecem bandeiras de grupos como o Hamas.
Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) adotou tom mais enfático e defendeu a exibição do símbolo norte-americano.
Em publicação nas redes sociais, ele argumentou que ditaduras costumam ser derrubadas com apoio externo e agradeceu a Donald Trump por “arrumar a bagunça deixada pelo seu antecessor”.
A fala reforça a divisão de percepções dentro do campo bolsonarista sobre os limites do patriotismo e o uso de símbolos internacionais em atos no Brasil.