Política
Publicado em 26/12/2025, às 14h09 Foto: Reprodução/Agência Brasil Fernanda Montanha
A internação do ex presidente Jair Bolsonaro marca o início de uma fase delicada de acompanhamento médico após uma cirurgia considerada bem sucedida.
O procedimento, realizado nesta quinta feira, teve duração aproximada de três horas e meia e foi voltado à correção de uma hérnia inguinal bilateral.
Desde então, ele permanece no Hospital DF Star, em Brasília, onde começa nesta sexta feira uma nova etapa do processo de recuperação.
Apesar do resultado positivo da cirurgia, os médicos mantêm atenção redobrada ao quadro geral do paciente. A evolução clínica depende de fatores que vão além do procedimento cirúrgico em si, especialmente devido ao histórico de intervenções anteriores e à idade de 70 anos.
Por isso, os próximos dias são vistos como decisivos para evitar intercorrências, segundo a Jovem Pan.
Segundo informações do boletim médico mais recente, a prioridade agora é garantir a recuperação funcional e reduzir riscos comuns no pós operatório. O protocolo adotado inclui fisioterapia motora para estimular a mobilidade precoce, evitando perda muscular e complicações respiratórias.
Ao mesmo tempo, medidas preventivas contra trombose estão em curso, com uso de medicamentos anticoagulantes e meias de compressão.
O controle da dor também faz parte da rotina. Analgésicos são administrados de forma contínua para proporcionar conforto e permitir que o paciente se movimente com mais facilidade. A estabilidade clínica neste momento é essencial para acelerar a recuperação, destacam integrantes da equipe médica.
Embora a cirurgia tenha transcorrido sem complicações, a maior preocupação dos profissionais de saúde não está diretamente relacionada à hérnia. Bolsonaro segue apresentando crises frequentes de soluços, um problema associado a distúrbios gástricos antigos e ao acúmulo de cirurgias abdominais ao longo dos últimos anos.
Atualmente, o tratamento é clínico, com dieta controlada e medicamentos voltados ao refluxo e à esofagite. A próxima segunda feira foi definida como um ponto de reavaliação.
Caso os sintomas persistam, os médicos não descartam uma nova intervenção, possivelmente envolvendo um bloqueio anestésico do nervo frênico. A preferência, no entanto, é evitar qualquer novo procedimento invasivo, por ser uma alternativa mais segura.
Diferentemente de internações anteriores, a estadia hospitalar ocorre sob regras de segurança reforçadas. Bolsonaro cumpre pena em regime determinado pela Justiça e sua transferência ao hospital foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal. Desde então, agentes da Polícia Federal mantêm vigilância permanente no local.
O uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos está proibido no quarto, e a comunicação segue restrita. As visitas, inicialmente limitadas à esposa Michelle Bolsonaro, foram ampliadas para incluir os filhos, sempre sob monitoramento.
O ambiente controlado reflete tanto o contexto judicial quanto a necessidade de preservação clínica, segundo fontes próximas.
A previsão inicial aponta para um período de internação entre cinco e sete dias. Esse prazo pode ser ajustado conforme a resposta ao tratamento dos soluços e a evolução da cicatrização cirúrgica. Até lá, a equipe médica segue acompanhando o quadro de forma contínua e cautelosa.