Política
Publicado em 08/05/2025, às 09h00 Foto: Marcelo Pereira/Prefeitura de SP Isabela Fernandes
A Prefeitura de São Paulo vai remover mais de 4 mil famílias que vivem em áreas de risco no Jardim Pantanal, na zona leste da cidade. O plano, divulgado na quarta-feira (7) pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), tem como objetivo reduzir os impactos das enchentes que atingem a região há décadas.
A operação está prevista para começar em julho de 2025 e se estenderá até o fim de 2029, dividida em três etapas. A primeira fase vai retirar mil imóveis que estão muito próximos ao Rio Tietê, numa faixa que chega a dois metros de altura, considerada extremamente vulnerável a alagamentos e deslizamentos.
Nunes já havia anunciado, em 2024, a destinação de R$ 400 milhões para obras de drenagem e outras intervenções no local. Agora, com o apoio do governo estadual e da Sabesp, a cidade inicia o maior plano de remoção da história recente da região.
Para proteger a área e evitar novas ocupações irregulares, será construída uma barreira de gabião, estrutura de contenção feita com pedras e telas metálicas, ao longo de 4,2 quilômetros nas margens do rio, abrangendo também bairros vizinhos.
Além disso, terá reforço na fiscalização, com apoio da Guarda Civil Metropolitana Ambiental, Polícia Militar Ambiental e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), para impedir a volta de moradores às áreas desocupadas e combater o despejo irregular de lixo.
A remoção acontecerá em etapas:
O prefeito assegurou que todas as famílias impactadas receberão suporte habitacional, com alternativas que envolvem pagamento de indenizações, auxílio para custeio de aluguel ou oferta de novas moradias, por meio da Secretaria Municipal de Habitação, do governo estadual e da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)
O Jardim Pantanal é uma das regiões mais afetadas por enchentes na capital paulista. Desde os anos 1980, o local sofre com alagamentos frequentes. Mesmo sendo uma Área de Proteção Ambiental, a ocupação desordenada cresceu, especialmente a partir dos anos 2000. Com o tempo, o poder público passou a investir em infraestrutura, como escolas, moradias populares e piscinões, mas os problemas persistem.
As chuvas intensas do início de 2025 agravaram ainda mais a situação de enchentes, deixando muitas ruas submersas por vários dias e centenas de moradores desalojados. Esse cenário reacendeu o debate sobre a necessidade de ações definitivas para lidar com a vulnerabilidade da área.
Veja por que Tarcísio desistiu da Presidência e o que isso muda na corrida presidencial de 2026
Procon-SP alertou governo Bolsonaro sobre fraude do INSS em 2019